As "soluções verdes" encontradas pelos cientistas levam as plantas para o interior das casas, que além de purificar o ar, fazem também parte da decoração.
Elen Ribera | 14 de Maio de 2020 às 12:00
A nociva poluição do ar doméstico chega a matar 2 milhões de pessoas por ano – surpreendentemente, ainda mais do que a poluição externa, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Entre os poluentes, os cientistas identificaram substâncias químicas danosas nos materiais da casa moderna e descobriram soluções “verdes” para combater seus efeitos.
No fim da década de 1960, o Dr. Bill Wolverton – cientista ambiental que trabalhava nas Forças Armadas dos EUA com a limpeza das toxinas deixadas pelas pesquisas de armas biológicas – revelou que plantas do pântano podiam eliminar da água o controverso herbicida conhecido como agente laranja. Esse sucesso levou à sua contratação pela Nasa para dar prosseguimento à pesquisa sobre o poder purificador das plantas. Durante a missão da estação espacial Skylab, em 1973, cientistas da Nasa identificaram dentro da espaçonave 107 gases nocivos à saúde. Conhecidos como compostos orgânicos voláteis (COVs) – eles eram “emitidos” por materiais de construção sintéticos. Se os COVs estavam presentes na Skylab, também seriam cada vez mais comuns nos lares e prédios públicos; à medida que o uso de materiais sintéticos se popularizava.
Nos anos 1980, a pesquisa do Dr. Wolverton continuou com a BioHome, desenvolvida pela Nasa – pequena estrutura hermeticamente fechada, feita de materiais sintéticos. A BioHome causava uma série de sintomas – irritação nos olhos e dificuldade de respiração – em todos os que nela entravam. Esses sintomas foram mais tarde caracterizados como a “síndrome do prédio doente”. O Dr. Wolverton descobriu que os COVs da BioHome eram reduzidos pela introdução de plantas de interiores. As plantas eliminavam os COVs por meio da transpiração e da fotossíntese.
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A crise de energia da década de 1970 estimulou o setor de construção civil a fazer prédios energeticamente mais eficientes, vedando-os mais, o que também exacerbou o problema dos COVs.
Hoje, COVs como acetona, amônia, benzeno, formaldeído, tricloroetileno e xileno são liberados por vários materiais modernos em lares, escolas, escritórios e prédios públicos, incluindo carpetes, mobília, tintas, madeiras tratadas, colas e produtos de limpeza.
Estudos os ligaram a asma, congestão nasal, dores de cabeça, irritação nos olhos e náuseas, e alguns foram relacionados ao câncer. Também há evidências de que eles podem contribuir para lesões ao fígado, rins e sistema nervoso central.
Casas recém-decoradas e mobiliadas, que tendemos a considerar limpas e saudáveis, podem, na verdade, ter os níveis mais altos de emissão. Mas já existem tintas e outros produtos de baixo risco ou isentos de COVs. É importante que os quartos dos bebês – com frequência decorados para sua chegada – sejam seguros para crianças pequenas, pois elas podem passar grande parte de sua jovem vida dormindo neles.
Quaisquer que sejam os produtos que você use, mantenha as janelas abertas o maior tempo possível depois de pintar a casa ou trocar o piso. E pode valer a pena considerar o uso de um purificador de ar interno. Esses dispositivos afirmam eliminar uma alta proporção de poluentes.
Você pode facilmente trazer para sua casa os frutos das pesquisas da Nasa. Naturalmente purificadoras do ar e decorativas, as plantas são especialmente úteis nos lares e escritórios modernos, nos quais um isolamento eficiente reduziu a ventilação natural proporcionada pelas correntes de ar.
O Dr. Wolverton identificou muitas plantas que são eficientes na remoção dos COVs – eis uma seleção das melhores:
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