O recorde de perda de gelo no ma Ártico aumenta preocupações sobre aquecimento global.
Os satélites da agência europeia de monitoramento ambiental Copernicus apontaram que o continente da Antártica teve uma redução de gelo sobre o mar num nível recorde no mês de fevereiro deste ano. Além do baixo nível da extensão mensal, o gelo do mar antártico também atingiu um mínimo histórico na extensão diária, superando o recorde anterior de fevereiro de 2022.
De acordo com as análises, apenas 66% das plataformas de gelo estavam presentes no mar antártico em fevereiro. O último recorde quebrado no mar da Ártico foi no ano de 2017. Agora, a extensão do gelo está 34% abaixo da média para o mês de fevereiro ao longo dos anos.
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Segundo a vice-diretora da Copernicus, Samantha Burgess, os novos dados registrados pelos satélites indicam preocupações para a questão climática.
"Nossos dados mais recentes mostram que o gelo marinho da Antártica atingiu sua menor extensão no registro de dados de satélite de 45 anos. Essas condições de gelo marinho baixo podem ter implicações importantes para a estabilidade das plataformas de gelo da Antártica e, finalmente, para o aumento global do nível do mar. As calotas polares são um indicador sensível da crise climática e é importante monitorar de perto as mudanças que ocorrem lá", explicou Samantha Burgess em comunicado oficial.
Para entender melhor, normalmente, cerca de 90% da energia do sol que atinge o gelo do mar é refletida de volta ao espaço. Porém, quando a luz do sol atinge a água do mar descongelada, quase a mesma quantidade dessa energia é absorvida, contribuindo diretamente para o aquecimento global. Assim, a perda de gelo no mar Ártico pode afetar rigorosamente o planeta como um todo.
No ano de 2021, o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas das Nações Unidas (IPCC) afirmou que as previsões eram de que o Oceano Ártico ficaria praticamente sem gelo durante o mês de setembro pelo menos uma vez até a metade do século atual.