Hailey Bieber falou abertamente sobre sua escolha de adiar o uso do botox e dermatologistas explicam quando o tratamento é realmente indicado.
Durante sua participação no podcast “In Your Dreams With Owen Thiele”, a modelo e empresária Hailey Bieber detalhou os procedimentos estéticos que já realizou e surpreendeu ao revelar que ainda não fez botox.
“Não tenho botox no rosto. Fiz um compromisso comigo mesma de que não faria nenhum botox antes dos 30 anos. Quando chegar lá, vou ver se realmente quero fazer”, disse a influenciadora, que completará 29 anos em novembro.
A declaração de Hailey contrasta com uma tendência cada vez mais comum entre os jovens: o uso "preventivo" da toxina botulínica, muitas vezes motivado pelas redes sociais e pela busca precoce por uma aparência “sem rugas”. Mas será que existe mesmo uma idade ideal para começar?
Botox não tem idade certa, tem indicação médica
De acordo com a Dra. Lilian Brasileiro, médica membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), não há uma regra universal sobre o momento certo para iniciar o tratamento.
“O mais importante é a indicação do médico após avaliação da pele do paciente. Não há idade exata para iniciar os procedimentos com toxina. Mas, em alguns casos, podem ser mais indicados outros tratamentos, como os bioestimuladores de colágeno, para formar uma ‘poupança de colágeno’, ou os lasers”, explica.
Em outras palavras: o botox deve ser feito apenas quando há necessidade clínica ou estética real, e não como parte de uma rotina estética “obrigatória”.
Segundo a dermatologista Dra. Paola Pomerantzeff, também membro da SBD, é cada vez mais comum ver pacientes muito jovens buscando o tratamento.
“Nessa faixa etária, é comum que, influenciados pelas redes sociais, eles cheguem ao consultório certos de que querem realizar, por exemplo, uma aplicação de toxina botulínica. Mas, no geral, não possuem indicação, ainda são muito jovens, não têm necessidade”, afirma.
Ela alerta ainda que iniciar o uso muito cedo pode trazer desvantagens: “Os riscos de iniciar esse tratamento muito cedo não são claros, mas estudos menores mostraram que há chances de produção de anticorpos, fazendo com que esse paciente não responda à toxina botulínica no futuro. Além, é claro, do desperdício de dinheiro e de tempo e de uma aparência congelada”, acrescenta.
Qual a idade para fazer botox preventivo?
Segundo a Dra. Paola, a aplicação preventiva só é indicada quando há sinais iniciais de envelhecimento ou uma tendência genética evidente.
“No geral, a indicação da toxina botulínica com aplicação preventiva é feita a partir dos 25 anos. Antes disso, é mais raro, mas temos que avaliar a necessidade individual do paciente”, explica.
Ela reforça que a toxina não é o único meio de prevenir rugas: “Temos outros fatores a considerar na prevenção e no manejo do envelhecimento, incluindo a diminuição dos compartimentos de gordura e a queda na produção de colágeno”.
A Dra. Lilian Brasileiro destaca que há situações específicas em que o uso da toxina é justificado, mesmo em pacientes jovens. “São casos em que notamos uma característica ou tendência de que o paciente apresentará ou já tem linhas finas ou rídulas [primeiros sinais de envelhecimento na pele]”, explica.
Essas situações são comuns, por exemplo, em pessoas com olhos claros ou que não costumam usar óculos de sol, pois tendem a contrair mais os músculos da região ocular diante da luz.
“É importante notar também o músculo entre as sobrancelhas, especialmente na expressão facial, em situações quando a pessoa está preocupada ou prestando atenção em algum assunto. Muitas vezes, ela faz o movimento e isso não tem correlação com a idade, então temos uma demarcação dessa ruga precocemente”, acrescenta a dermatologista.
Por que é importante procurar o profissional certo para aplicar botox?
Antes de marcar uma aplicação, as especialistas reforçam um ponto essencial: o procedimento deve ser realizado apenas por médicos capacitados.
Se não existe qualquer sinal da necessidade da toxina, a aplicação deve ser evitada até que se faça necessário”, diz a Dra. Lilian. “Como tudo na Medicina, é preciso examinar o paciente, fazer um diagnóstico correto e só então decidir qual o tratamento mais indicado.”
A Dra. Paola complementa que há alternativas para quem deseja melhorar a pele sem recorrer ao botox: “Em alguns casos, para acalmar o desejo desse paciente e, ao mesmo tempo, oferecer um tratamento realmente eficaz para essa pele, podemos indicar o skincare tecnológico, que vai promover uma melhora da qualidade, saúde e aparência dessa pele com resultados muito satisfatórios.”
Ela cita o laser Thulium como exemplo de tratamento não invasivo com ótimos resultados. “Esse laser trabalha na camada superficial do tecido cutâneo de maneira menos agressiva. Tem alta afinidade com a água presente na pele, promovendo um dano controlado que estimula a renovação celular e a produção de colágeno e elastina, além de quebrar a melanina causadora de manchas”, finaliza.
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