Banco Central trabalha em app para centralizar serviços de todos os bancos dos quais você é cliente; entenda a novidade!
Redação | 19 de Agosto de 2022 às 10:00
A digitalização do setor financeiro evoluiu rapidamente durante a pandemia. Com a expansão das fintechs e adaptação de bancos tradicionais aos novos métodos de pagamentos, atendimento e prestação de serviços, é comum vermos pessoas com diversas contas. Muitas feitas de forma totalmente digital. Cada uma com acesso a partir de um determinado aplicativo — mas não por muito tempo.
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Em uma apresentação nesta semana, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, fez uma introdução à plataforma que reunirá diversos recursos financeiros, como o Pix.
A ideia é que um mesmo app seja a porta de entrada para serviços de todos os bancos dos quais você é cliente. Fazendo a analogia ao mundo físico, é algo parecido com a ida ao Banco24Horas, um totem que reúne os serviços de diversas instituições, sem que você precise correr atrás de um caixa específico.
A construção desse sistema integrado do Banco Central é possível graças ao Open Finance, a evolução do Open Banking. Por meio desse projeto, instituições financeiras compartilham de forma segura e legalizada os dados de clientes visando uma oferta de serviços mais assertiva.
Além de dar o acesso à conta de cada banco, o app do Banco Central poderá mostrar ofertas de crédito, integrar o Real Digital e permitir pagamentos instantâneos internacionais — ainda que estes últimos sejam projetos em desenvolvimento.
“Não é razoável imaginar que daqui há 3, 4 ou 5 anos as pessoas ainda vão ter que abrir individualmente os aplicativos dos bancos que têm conta. Isso não vai acontecer, vai ser tudo integrado.”, argumentou Campos Neto.
Conceito de app integrado do Banco Central (Imagem: Divulgação/BC)
A empolgação do Banco Central com sua plataforma única, no entanto, fica em segundo plano ao lembrarmos dos impasses técnicos referentes aos serviços digitais no Brasil.
Nos últimos meses, tornou-se bastante comum a interrupção de aplicativos de diversas instituições. Ainda que as empresas não deixem claro o motivo por trás da queda de suas plataformas, não é difícil fazer algumas associações.
Casos em que uma instituição não consegue processar transações via Pix têm ocorrido bastante próximo a datas comerciais de pagamento, sugerindo sobrecarga. Além disso, o próprio Banco Central já comunicou por duas vezes o vazamento de dados de usuários que de alguma forma utilizaram o método de pagamentos.
Diante dessas e de eventuais outras incertezas técnicas, me parece arriscado depender de apenas um aplicativo para serviços tão importantes. Fica a dúvida quanto à capacidade de infraestrutura para tais propostas.
Nos resta, portanto, aguardar para entender de que forma o BC pretende reforçar a prestação de serviços digitais e proteção de dados.