Quem é essa gente toda no meu Telegram?

Eu uso o Telegram desde 2016 para conversar com alguns poucos amigos próximos (e até comigo mesma). Considero o mensageiro o meu “esconderijo” – sem

Ana Marques | 15 de Janeiro de 2021 às 10:00

tdhster/iStock -

Eu uso o Telegram desde 2016 para conversar com alguns poucos amigos próximos (e até comigo mesma). Considero o mensageiro o meu “esconderijo” – sem demandas de trabalho, grupos da família, fantasmas do passado ou mensagens engraçadinhas de lojas em que já comprei.

Leia também: Alexa, quais são as suas segundas intenções?

A questão é que, nos últimos dias, o app tem recebido uma enxurrada de novos usuários.

Todas essas pessoas estão fugindo do WhatsApp, que acaba de mudar um trecho de sua política de privacidade para ressaltar o seu compartilhamento de dados com o Facebook.

O que está acontecendo com o WhatsApp?

Bom, o WhatsApp foi comprado pelo Facebook em 2014, e já compartilhava dados com a empresa desde 2016. Mas em algum momento, lá atrás, era possível optar por não dividir suas informações com a companhia de Mark Zuckerberg.

O prazo dado na época para que usuários desmarcassem a opção “Compart. dados da conta” foi de 30 dias. Quem não fez esse procedimento já era “parte da família” Facebook.

O que o WhatsApp fez recentemente foi remover o trecho que mencionava essa possibilidade de escolha de sua política de privacidade. Isto é, o mensageiro decidiu deixar as suas práticas de compartilhamento de dados mais transparente – mas, ao que parece, o tiro saiu pela culatra.

Há diversos aplicativos de conversa. (Imagem: Anastasia_Prish/iStock)

Telegram e Signal são alternativas mais buscadas

O Telegram já era o destino certo para refugiados do WhatsApp há bastante tempo – desde a época em que o mensageiro do Facebook passava por bloqueios judiciais no Brasil, há cerca de quatro anos.

Com todo o alvoroço em torno das políticas do WhatsApp, o Telegram recebeu cerca de 25 milhões de usuários em alguns dias, ultrapassando a marca de 500 milhões de contas registradas.

Já o Signal foi indicado pelo excêntrico e influente Elon Musk – o sucesso foi tanto que a empresa precisou contratar mais funcionários e já prometeu melhorias para chamadas de vídeo e para os grupos da plataforma.

Então… O Facebook vai ler minhas conversas?

Não. O WhatsApp não compartilha o conteúdo das suas mensagens. As conversas contam com criptografia de ponta a ponta para que nem mesmo a própria empresa tenha acesso às informações presentes ali. 

Do mesmo modo, Zuckerberg não terá acesso à sua agenda de contatos e nem à localização que você compartilha em mensagens. O WhatsApp também afirma que não tem acesso às conversas em grupo, e as informações de participação não são coletadas com fins de publicidade.

Alguns dos dados que a empresa coleta são o número de celular, informações sobre o modelo do smartphone e sistema operacional, e seu endereço de IP. Você pode baixar todos os dados para saber exatamente o que está sendo armazenado pela empresa seguindo os seguintes passos:

  1. Abra o aplicativo do WhatsApp no seu smartphone e toque em Configurações/Ajustes;
  2. Vá em “Conta” e, depois, em “Solicitar dados da conta”
  3. Toque em “Solicitar relatório”.

O prazo para que o relatório fique disponível é de três dias após a data da solicitação.

Resolveu ficar no Telegram?

Tudo esclarecido sobre o WhatsApp? Se ainda assim você estiver obstinado a fazer parte da família Telegram, ficam aqui algumas dicas de convivência:

  1. Nada de fake news;
  2. Não envie correntes do Orkut;
  3. Ninguém vai ouvir seus áudios com mais de 2 minutos (ou até vai, já que há um recurso para acelerar a reprodução nesse app!)

Ok, brincadeiras à parte, temos um post explicando mais sobre o mensageiro em detalhes, aproveite a estadia e os ótimos recursos! 😊

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