O Twitter vive uma crise de credibilidade em meio a uma grande onda de desinformação. Usuários da plataforma subiram a hashtag #TwitterApoiaFakeNews, que
O Twitter vive uma crise de credibilidade em meio a uma grande onda de desinformação. Usuários da plataforma subiram a hashtag #TwitterApoiaFakeNews, que já conta com milhares de publicações, cobrando da rede social medidas mais eficazes em relação ao combate a notícias falsas.
Leia também: Por que as novas tecnologias e as fake news estão na mira da OMS?
Nesse contexto, o Ministério Público Federal (MPF) enviou um ofício pedindo explicações sobre as práticas adotadas pela empresa para evitar a disseminação de mentiras, em especial sobre a pandemia de Covid-19, no Brasil.
A companhia anunciou em março de 2021 que iria aplicar penalidades a contas que violassem as regras contra desinformação — o que poderia resultar até mesmo na suspensão do perfil responsável por propagar fake news na plataforma. Entretanto, o canal de denúncias de fake news do Twitter, disponibilizado em outros países, não funciona em território nacional, dificultando o reporte de publicações mentirosas, que são potencialmente danosas à comunidade.
Mas o problema não acaba aí. Muitos usuários estão revoltados porque o Twitter concedeu o selo azul de verificação de conta a uma blogueira apoiadora do presidente Jair Bolsonaro que ficou conhecida por ser investigada após espalhar fake news sobre a pandemia.
Qual é o critério para o selo azul?
Uma das perguntas do MPF para o Twitter é a respeito dos critérios utilizados pela plataforma para decidir quais contas são verificadas. A entidade quer saber se a empresa leva em consideração quando um perfil está envolvido com publicações mentirosas sobre tema de saúde pública.
Na própria hashtag #TwitterApoiaFakeNews, há relatos de diversos jornalistas, pesquisadores e outros profissionais que, em tese, seriam elegíveis para a verificação, mas acabam tendo o pedido para o selo azul negado.
Twitter responde às críticas (mas não convence)
Na noite de quinta-feira (6), após a notificação do MPF, o Twitter publicou uma thread em resposta às críticas sobre o apoio a fake news. A rede social afirma que sua abordagem a desinformação “vai além de manter ou retirar conteúdos e contas do ar”. E que “tem o desafio de não arbitrar a verdade e dar às pessoas que usam o serviço o poder de expor, contrapor e discutir perspectivas”.
O fio segue mostrando alguns exemplos de Moments (seção dedicada a uma curadoria de tweets, feita pela própria empresa) relacionados à Covid-19 e que desmentem “afirmações controversas ou questionáveis”.
Por fim, em relação ao selo azul, a empresa reforça que os critérios estão disponíveis publicamente, mas diz que “o processo de implementação requer aprendizado e revisões, dado que é recente e está sujeito a imprecisões e equívocos”. O Twitter admite que houve erros em algumas avaliações, e que fez correções.
Apesar do posicionamento da empresa, há diversas respostas de usuários na mesma thread apontando casos de erro na verificação de conta. As críticas acompanham também a hashtag #TwitterOmisso.