Não há nada de novo no ato de leiloar obras de arte ou itens raros para colecionadores, mas a forma como isso acontece está evoluindo para outro patamar
Não há nada de novo no ato de leiloar obras de arte ou itens raros para colecionadores, mas a forma como isso acontece está evoluindo para outro patamar diante de nossos olhos à medida que os avanços tecnológicos nos trazem novas possibilidades.
De carona na crescente onda de moedas digitais, a sigla “NFT” emerge no vocabulário de artistas, entusiastas e até mesmo empresários de Big Techs. Mas que diabos significa isso?
Leia também: 23 produtos antigos que podem valer uma fortuna
NFT (ou Tokens Não Fungíveis)
A sigla NFT vem do inglês “non-fungible tokens”, ou tokens não fungíveis. E se isso não faz o menor sentido na sua cabeça, você não está sozinho. Vamos à explicação para pessoas normais…
Tokens não fungíveis são itens (bens) que são podem ser substituídos. Isto é, há apenas um deles, são únicos no mundo. Em meio a isso tudo, é importante deixar claro que estamos falando, neste contexto, de bens digitais.
Mas como uma pintura, música ou tweet podem ser absolutamente únicos se eu posso reproduzi-los ao abrir uma galeria na web, executar a canção no Spotify ou, simplesmente, ir até o perfil do criador do Twitter e, de fato, acessar a publicação?
A resposta é simples e complexa ao mesmo tempo: blockchain.
Resumidamente (mesmo), blockchain nada mais é do que uma rede de blocos ultra-seguros que permite rastrear informações na internet. Nesta rede, há um bloco que representa o conteúdo, de fato, e outros com dados que conferem a autenticidade a este conteúdo, gerando uma espécie de código de barras, ou impressão digital, algo único.
Você não vê, mas está lá, e pode ser validado por um sistema próprio para isso.
“Qualquer coisa” digital pode virar NFT
É menos perturbador pensar em NFT para álbuns musicais ou pinturas de artistas renomados, mas a verdade é que basicamente qualquer coisa digital pode ser leiloada como NFT.
A prova disso é que Jack Dorsey, cofundador do Twitter, colocou seu primeiro post na rede social à venda e já recebeu lances de até US$ 2,5 bilhões. Dorsey prometeu doar o valor arrecadado em Bitcoin para instituições de caridade.
No mundo da música, a banda Kings Of Leon foi um dos grandes nomes a entrarem na onda dos tokens não fungíveis. O álbum “When You See Yourself” teve sua estreia em serviços de streaming tradicionais, mas também será disponibilizado como NFT na plataforma YellowHeart para os fãs mais assíduos que estiverem pensando em ter algo único do grupo.
No caso do KOL, serão três tipos de tokens disponíveis: um deles inclui o álbum “When You See Yourself”, outro tem um pacote de shows ao vivo e o direito de assistir aos shows da banda na primeira fila para sempre, e, por fim, uma coleção de peças audiovisuais exclusivas.
Em chamas
Ainda não está muito claro até onde todo esse hype do NFT pode chegar, mas algumas coisas bem loucas já aconteceram nos últimos dias (sim, além do tweet do Jack).
Um dos casos mais emblemáticos desta semana diz respeito a um grupo de investidores que queimou, durante uma transmissão ao vivo, uma obra original do artista inglês Banksy, e vendeu a versão digitalizada da pintura por um valor quatro vezes maior.
Já imaginou se a moda pega?