A operadora de telefonia Claro anunciou, na última quinta-feira (02), a chegada da primeira rede 5G DSS ao Brasil, abrindo caminho para o que de fato será
Ana Marques | 3 de Julho de 2020 às 10:39
A operadora de telefonia Claro anunciou, na última quinta-feira (02), a chegada da primeira rede 5G DSS ao Brasil, abrindo caminho para o que de fato será a experiência com a quinta geração de redes móveis em alguns anos. O 5G promete conexões muito mais velozes e estáveis do que o 4G, e deve abrir portas para uma nova forma de vivenciar a tecnologia na próxima década, favorecendo a telemedicina e a consolidação da Internet das Coisas (IoT).
A implementação das redes 5G já é discutida há algum tempo no país: a previsão inicial de chegada era para o ano de 2021, mas atrasos nos trâmites para liberação de frequências e disputas geopolíticas transformaram o processo em uma verdadeira novela.
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O “pulo do gato” para a comercialização do 5G DSS é que esse tipo de tecnologia não precisa aguardar o leilão de frequências da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). A sigla DSS vem de Dynamic Spectrum Sharing, ou compartilhamento dinâmico de espectro, e em termos gerais, quer dizer que as redes 5G poderão ser distribuídas nas mesmas faixas destinadas às redes LTE.
Além de “driblar” os trâmites do leilão, a tecnologia DSS acaba facilitando a implementação do 5G no Brasil já que não existe grande investimento para infraestrutura exclusiva, inicialmente.
A Claro promete conexões até 12 vezes mais velozes do que o 4G convencional, mas ainda não deu detalhes sobre planos, área de cobertura inicial e quando, de fato, inciará a implementação – tudo isso deverá ser revelado nas próximas semanas.
O compartilhamento dinâmico de espectro é um facilitador, mas não o único fator para o pioneirismo da Claro na comercialização do 5G no Brasil. A operadora recentemente adquiriu a Nextel, e com uma mudança na legislação da Anatel, pôde acumular espectro dentro no novo limite máximo permitido e se tornar líder em capacidade em diversas regiões do país, de acordo com o Teletime.
Para utilizar o 5G DSS, é necessário ter um dispositivo compatível. Isso quer dizer que todos os celulares adquiridos no Brasil até o dia 01 de julho não farão parte da “festa”. O anúncio da Claro se deu em parceria com a Motorola, que trouxe para o Brasil o primeiro smartphone compatível com o 5G DSS, o Motorola Edge. O telefone está em pré-venda no país até 13 de julho e custa R$ 5.499. As vendas oficiais começam em 14 de julho.
O uso da tecnologia DSS é um primeiro passo importante, mas ele tem alguns fatores limitantes. O principal é que a real experiência do 5G pode ficar comprometida se houver sobrecarga nas redes, com o aumento de assinantes, o que ressalta a importância de enxergar o recurso como uma solução temporária.
Em comunicado à imprensa, a Claro afirma que “todos os investimentos feitos para implantar o 5G DSS, nas frequências atuais, serão automaticamente aceleradores da implantação definitiva do 5G, com a posterior adição do espectro de 3,5 GHz e das faixas de onda milimétricas”.