Nesta semana, em meio aos conflitos provenientes da guerra entre Rússia e Ucrânia, um vídeo de Volodymyr Zelensky, presidente ucraniano, viralizou nas
Nesta semana, em meio aos conflitos provenientes da guerra entre Rússia e Ucrânia, um vídeo de Volodymyr Zelensky, presidente ucraniano, viralizou nas redes sociais. As imagens mostravam uma mensagem do político se rendendo à Rússia.
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No vídeo, Zelensky aparece fazendo um apelo aos ucranianos para largarem suas armas, em um ato que supostamente dá a vitória ao país invasor. A mídia rapidamente se espalhou por diversos canais digitais, incluindo sites de notícias hackeados, mensageiros, como WhatsApp e Telegram, e redes como YouTube, Facebook e Twitter.
No entanto, apesar de simular a imagem e fala do presidente ucraniano, o vídeo não é real. Trata-se de um deepfake.
Já falei sobre esse tipo de tecnologia por aqui: o mesmo mecanismo que cria deepfakes pode ser usado “para o bem”, como no caso da startup de idiomas que estava contratando modelos de rostos para gerar personagens com auxílio de artificial.
Entretanto, quando olhamos para o contexto atual, em uma sociedade inundada por grupos que espalham desinformação, podemos entender melhor os riscos desse tipo de conteúdo. Existem, sim, alguns pontos que podem identificar deepfakes. Mas para a maioria dos usuários, eles passam despercebidos.
Diante disso, ações de teor duvidoso, comprometedor e até mesmo abominável podem ser atribuídas a pessoas injustamente.
Facebook, Twitter e YouTube derrubam vídeo falso de Zelensky
O vídeo falso foi desmentido pelo próprio presidente da Ucrânia em seu perfil no Instagram. Por lá, ele sugeriu que a Rússia seguisse o conselho de largar as armas e retornasse para casa. “Nós estamos em casa defendendo a Ucrânia”, completou.
A Meta, dona do Facebook, já proíbe a publicação de deepfakes desde 2020. Com a ascensão do suposto vídeo de Zelensky, a empresa recorreu às suas próprias regras para combater o conteúdo enganoso, e removeu posts que compartilhavam o vídeo. A informação foi confirmada pelo chefe de políticas de segurança da companhia, Nathaniel Gleicher.
Além da plataforma de Mark Zuckerberg, outras também derrubaram o vídeo falso: é o caso do YouTube e do Twitter — este, inclusive, comunicou que removeu mais de 50 mil conteúdos falsos sobre a guerra.
Apesar disso, vale ressaltar que o efeito causado pela viralização em mensageiros como o Telegram, fundado pelo russo Pavel Durov, é difícil de ser contida. A melhor saída para evitar cair em informações enganosas é verificar sempre se há confirmação de canais oficiais.