A alta do dólar e as mudanças em impostos resultaram no aumento do preço dos produtos. Celulares usados são opção.
Ana Marques | 28 de Agosto de 2020 às 10:00
A vida não está fácil para quem precisa comprar eletrônicos no Brasil. A alta do dólar e as mudanças em impostos resultaram no aumento do preço dos produtos, deixando muitos consumidores sem boas opções de compra em faixas aceitáveis de preço.
No mercado de smartphones, os aumentos chegaram 15% em média, no primeiro trimestre, de acordo com a consultoria IDC, mas no segmento premium, o crescimento chegou a 266%. O resultado? Basicamente não há modelos de celulares para indicar na faixa dos R$ 700 – uma das mais buscadas pelos brasileiros nos últimos meses.
Leia também: WhatsApp ganha ferramenta para verificar se uma notícia é falsa
Nesse cenário, os smartphones usados ganharam força no país. De acordo com a Trocafone, startup brasileira de revenda de smartphones, houve aumento de 40% nas vendas do primeiro semestre. Por lá, a economia ao comprar um celular topo de linha de segunda mão pode chegar a 40%.
Em um país onde o preço de um celular começa a se aproximar dos preços de automóveis usados, a compra de celulares seminovos faz bastante sentido – e é algo que eu recomendo bastante, em tempos de crise. Mas o consumidor precisa ter atenção a alguns pontos cruciais antes de fechar negócio.
A primeira recomendação é evitar smartphones básicos de segunda mão. Esses telefones, vindo de fábrica, já contam com especificações bastante limitadas, e a tendência é que percam o fôlego com o uso. Se forem celulares de entrada lançados há mais de um ano, então, corra – é cilada!
Mesmo para smartphones que já foram topo de linha, vale a pena sempre ficar de olho no ano de lançamento, especialmente se for um telefone com Android. E isso tem um motivo: os celulares com o sistema operacional do Google tendem a receber atualizações por menos tempo do que os iPhones.
Portanto, comprar um smartphone Android de 2016 que, na época, era o mais avançado, e hoje ainda tem boa ficha técnica, pode ser uma fria se a fabricante não estiver mais disponibilizando atualizações do sistema. Em tese, as atualizações de segurança até duram mais tempo, porém as novas versões (que trazem recursos mais recentes – e bacanas), podem parar de chegar, deixando o usuário por fora das novidades da tecnologia.
Partindo para os números, pois eles são importantes: ao comprar um Android, verifique sempre a quantidade de memória RAM. Em 2020, é inaceitável comprar um celular com menos de 2 GB. Certamente vai travar, vai dar dor de cabeça, mesmo em uso básico.
Os 2 GB não são a melhor coisa do universo, o ideal seria apostar em 4 GB ou superior. Mas quem é menos exigente e precisa de um celular apenas para ligações, troca de mensagens no WhatsApp e checagem das redes sociais, pode economizar mais pegando um desses.
Memória interna também deve ser avaliada. Não adianta comprar um celular de 8 GB ou 16 GB de armazenamento e não ter espaço para instalar os aplicativos que você usa no dia a dia. Portanto, aposte em 32 GB ou superior – imaginando que há espaço para cartão de memória.
Em iPhones, evite comprar modelos com 32 GB. A Apple não disponibiliza expansão de memória via cartão microSD, então você provavelmente vai sofrer ao armazenar muitas fotos, vídeos ou outros arquivos no telefone. Comece em 64 GB.
Agora o ponto principal – que muita gente deixa de avaliar. A bateria! Esse componente tende a sofrer desgaste com o passar do tempo, por isso é muito importante perguntar ao vendedor como a bateria tem se comportado. Se possível, faça o teste.
O problemas mais comum é a descarga rápida, mas verifique também se o telefone não está superaquecendo ou se a entrada para o carregador está com mau contato. Teste o cabo do carregador. Verifique se o carregamento rápido (quando houver) está funcionando. Em iPhones, verifique a saúde da bateria, acessando “Ajustes” > “Bateria” > “Saúde da bateria”.
As demais características são um pouco menos preocupantes (e outras mais óbvias), mas ainda é importante observar: teste câmeras, alto-falantes, conexão Wi-Fi e Bluetooth, arranhões na carcaça, fissuras na tela e entrada para fone de ouvido (quando houver).
Tendo esses cuidados, dificilmente você comprará gato por lebre, e seu bolso vai agradecer bastante. Por fim, sempre pesquise preços – existem diversas ferramentas para isso na Internet, dá um Google que você acha. No mais, boa sorte e boas compras!