O combate às fake news não sai da mira das gigantes da tecnologia. A Alphabet, dona do Google, acaba de anunciar a criação de uma ferramenta profissional
O combate às fake news não sai da mira das gigantes da tecnologia. A Alphabet, dona do Google, acaba de anunciar a criação de uma ferramenta profissional para identificar imagens adulteradas por métodos sofisticados, as chamadas “deepfakes”.
Chamado de “Assembler”, o projeto está em desenvolvimento com a Jigsaw – uma subsidiária da Alphabet dedicada ao desenvolvimento de soluções tecnológicas para desafios globais – e pretende auxiliar jornalistas na verificação da autenticidade de imagens publicadas em notícias e reportagens.
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A ferramenta conta com sete tipos de detectores e funciona com base em Inteligência Artificial para encontrar indícios de adulteração que passariam despercebidos aos olhos humanos. A ideia é acompanhar a evolução dos softwares de edição de imagem, que estão cada vez mais sofisticados.
De acordo com Jared Cohen, diretor executivo da Jigsaw, o Assembler estará disponível apenas para jornalistas e “fact checkers”.
Medida reforça importância do jornalismo profissional
A disseminação de fake news é um dos maiores problemas sociais decorrentes da evolução tecnológica. Se, por um lado, a facilidade de acesso possibilitou que a troca de informações circulasse de forma muito mais rápida e “democrática”, a inclusão da população no papel de agente comunicador também teve suas complicações comprovadas nos últimos anos – desde fraudes em campanhas eleitorais até movimentos que causaram impacto na saúde pública.
O desenvolvimento de uma ferramenta tão poderosa com exclusividade para jornalistas reforça a importância dos profissionais de comunicação em um contexto tão conturbado, como agentes de mediação e curadoria de informação.
A responsabilidade de empresas de tecnologia
As empresas de tecnologia têm uma parcela especial de responsabilidade na corrida contra às fake news. Cabe lembrar que apesar de promover a circulação de conteúdo, empresas como Google e Facebook relutam em se autodenominarem “midiáticas” (insistindo na classificação de “empresa de tecnologia” ou um uma “empresa híbrida”), o que também é uma estratégia para ficar por fora de algumas legislações específicas.
No Brasil, ambas foram classificadas pelo Cenp (Conselho Executivo das Normas-Padrão) como “veículos de comunicação”, o que significa que essas empresas deverão ser consideradas como veículos de mídia no mercado publicitário nacional, respondendo a algumas regras específicas e responsabilizando-se pelo conteúdo que divulgam.