Os menores países do mundo e suas atrações turísticas imperdíveis

Vaticano, Luxemburgo, Malta.. O que torna especiais alguns dos menores países do mundo? E por que vale a pena visitá-los? Confira as atrações turísticas!

Julia Monsores | 5 de Dezembro de 2019 às 11:00

- Reader's Digest

Vaticano, Luxemburgo, Malta, Mônaco… O que torna especiais alguns dos menores países do mundo? E por que vale a pena visitá-los? Confira as atrações turísticas desses países singulares!

E não deixe de conferir também os 21 países onde o real vale mais!

Cidade do Vaticano

Área: 0,44 km²

População: cerca de 800 habitantes (inclusive o representante de Deus na Terra)

 No menor Estado independente da Europa, o povo gosta de tomar vinho. De acordo com os dados divulgados pelo Instituto do Vinho da Califórnia, cada morador da Cidade do Vaticano consome anualmente 105 garrafas. É o dobro da média dos habitantes da França ou da Itália. Talvez seja consequência das visitas de dignitários, das poucas crianças entre os habitantes e do fato de o vinho ser quase completamente isento de impostos.

Mas são a arte, a arquitetura e o sumo pontífice que atraem pelo menos 5 milhões de visitantes por ano a esse enclave romano, que ostenta verdadeiras maravilhas, como a Basílica de São Pedro, a Capela Sistina e incontáveis pinturas e esculturas clássicas. Dizem que, se alguém passar um minuto olhando cada quadro nos museus, levará quatro anos para ver todos. 

O próprio papa é uma venerável atração e pode ser visto em carne e osso nas quartas e domingos na Praça de São Pedro. A Cidade do Vaticano é a única monarquia absoluta eleita do mundo e, nesse game of thrones dos dias de hoje, o papa faz o papel de rei e nomeia os cidadãos. São apenas poucas centenas (e todos trabalham para o papa), mas têm passaporte e hino nacional próprios. E não pagam impostos – a receita do governo vem da venda de selos e suvenires, publicações, entradas nos museus e doações de fiéis do mundo inteiro. 

A moeda local é o euro, mas a Cidade do Vaticano emite sua versão especial das moedas, muito procuradas por colecionadores. Se ficar sem dinheiro, diga “salve” a um caixa eletrônico local, os únicos do mundo que incluem o latim entre as instruções multilíngues.

Atração turística: as artes e o pontífice.

Mônaco

Área: 2,02 km²

População: cerca de 39 mil habitantes

Em Mônaco, amontoam-se os moradores. Com mais de 19 mil habitantes por quilômetro quadrado, é o Estado soberano mais densamente povoado do mundo. Mas parece que isso não incomoda os monegascos: eles têm a maior expectativa de vida do mundo, um pouco abaixo dos 90 anos.]]> Dizem que quase um terço da população é de milionários, num país famoso por não cobrar imposto de renda, o que o torna confortável para os super-ricos. 

Se espera se unir a eles, tente a sorte no famoso Cassino de Monte Carlo, sonhado há mais de um século e meio como fonte de renda para a governante Casa de Grimaldi, quase falida na época.

Desde então, tornou-se símbolo da riqueza e do glamour de Mônaco e apareceu em dois filmes de James Bond. Ainda constitui uma respeitável fonte de receita para o atual chefe dos Grimaldi, o príncipe Alberto II, e sua esposa nascida no Zimbábue, a princesa Charlene, que representou a África do Sul como nadadora olímpica.

É claro que o principado também é famoso pelo Grande Prêmio de Fórmula 1. Suas curvas fechadas levaram o ex-piloto Nelson Piquet a compará-lo a “andar de bicicleta na sala de casa”. Todo ano, um público global sintoniza a corrida na TV para ver os carros zunirem pelas ruas enquanto bilionários dão pulinhos em seus superiates ancorados no porto. 

Atração turística: ver como vive os super-ricos e assistir à roleta no Cassino estilo belle époque.

San Marino

Área: 61 km²

População: cerca de 33.400 habitantes

Micronação interiorana empoleirada nas montanhas que dão para Rimini, no litoral adriático da Itália, a Sereníssima República de San Marino manteve sua orgulhosa independência desde a fundação, em 301 d.C., ao contrário do restante das antigas cidades-estados da Itália. É a república mais antiga do mundo. 

San Marino não faz parte da União Europeia, mas mantém aberta a fronteira com a Itália. Se ficar desapontado por não receber um carimbo no passaporte, não se preocupe: você pode comprá-lo na agência turística local.

San Marino tem a maior taxa mundial de propriedade de automóveis; o país tem mais veículos do que gente. No ornamentado prédio do parlamento há um busto de Abraham Lincoln. Em 1861, os samarineses lhe escreveram uma carta de parabéns pela presidência, e, com toda a gentileza, ele respondeu: “Embora seus domínios sejam pequenos, ainda assim seu Estado é o mais ilustre de toda a história.”

Endosso melhor do que esse não há.

Hoje, esse ilustríssimo país é um porto seguro para viajantes de um dia só, que visitam as três imponentes torres de defesa da Cidade de San Marino e apreciam a vista esplêndida. 

A mudança da guarda local também é uma grande atração. Feita de hora em hora nos meses de verão (claramente esses guardas gostam de mudanças), a cerimônia exibe os Guardiões da Rocha, com suas belas plumas de avestruz e fardas de cores vivas com pompons vermelhos.

Atração turística: tudo gira em torno da vista (e dos pompons vermelhos).

Liechtenstein

Área: 160 km²

População: cerca de 38 mil habitantes

Há um toque de desconhecido em Liechtenstein. Quantos de nós sabem qual é sua capital (Vaduz, 5.625 habitantes) ou sua maior cidade (Schaan, 6.016 habitantes)? Mas é possível que você veja diariamente um pedacinho de Liechtenstein em sua vida. 

Talvez não surpreenda, graças à localização alpina entre Suíça e Áustria, que o esqui seja a principal atração turística do país. A heroína local Hanni Wenzel, que ganhou duas medalhas de ouro e uma de prata nos Jogos Olímpicos de Inverno de 1980, sem dúvida aprendeu o esporte nas encostas de Malbun, única estação de esqui de Liechtenstein. 

Longe das encostas, outros “momentos principescos”, como diz o órgão turístico local, podem ser encontrados em castelos históricos, em trilhas de caminhada, em museus e galerias de arte do país. Mas faça silêncio, por favor. De acordo com um documento oficial que dá orientações a novos migrantes, as “festividades ruidosas” devem ser evitadas na hora do almoço e após as dez da noite. O uso do cortador de grama segue a mesma regra, mas é improvável que você precise se preocupar com isso numa estada curta.

Atração turística: versão de bolso do que há de melhor nos Alpes.

Malta

Área: 316 km²

População: cerca de 430 mil habitantes

Mesmo que nunca tenha ido a Malta, é possível que você conheça suas paisagens ensolaradas ou os antigos prédios de pedra calcária por alguma cena de filme. Mais de 100 produções internacionais foram rodadas aqui, pelo menos em parte, como Gladiador, Troia e Game of Thrones. Para a versão live-action de Popeye, construíram uma aldeia de desenho animado em cores vivas que agora se tornou uma das principais atrações turísticas do país. 

Os visitantes vão a Malta pela garantia de sol (pelo menos 3 mil horas por ano), pelos mergulhos e pela história rica e diversificada que vem do Neolítico. No decorrer dos séculos, incontáveis nações dominaram esse arquipélago de 21 ilhas, e a maioria deixou sua marca de um jeito ou de outro – sem falar dos Cavaleiros de São João, que legaram ao país sua famosa cruz de oito pontas e a capital fortificada de Valletta. 

Um marco que infelizmente não pode mais ser visto é a Janela Azul, um arco de pedra com 28 metros de altura, no litoral da ilha de Gozo. Durante muito tempo um dos marcos mais populares de Malta, ele desmoronou numa manhã tempestuosa de março de 2017: o gigantesco pilar caiu primeiro, seguido pela parte superior do arco. Não resta vestígio dele acima da superfície do mar. 

Numa visita a Malta antes de conhecer o príncipe Harry, Meghan Markle afirmou que sua trisavó já tinha morado lá. Outros indivíduos famosos com laços com o país são o escritor e polímata Edward De Bono (nasceu lá), a cantora Britney Spears (trisavô materno) e o roqueiro Bryan Adams (avó materna). 

Atração turística: um paraíso para amantes da história (e do sol).

Andorra

Área: 468 km²

População: cerca de 77 mil habitantes

Em março de 2019, os olhos do mundo se voltaram para Andorra, que sediou seu maior evento desportivo: a final da Copa Mundial de Esqui Alpino da Federação Internacional de Esqui. O governo andorrano chegou a cunhar uma moeda especial de 2 euros para comemorar o evento, que durou uma semana e aconteceu em Grandvalira – hoje a maior estação de esqui dos Pireneus –, que cresceu muito desde 1956, quando Francesc Viladomat, empresário local e campeão de esqui, instalou o primeiro teleférico movido por um motor de caminhão. Hoje, os teleféricos de Grandvalira são capazes de transportar mais de 100 mil esquiadores por hora.

No verão, os esquiadores são substituídos por caminhantes: Andorra tem numerosas trilhas e vistas esplendorosas da montanha. Os menos dispostos provavelmente serão atraídos pelas numerosas lojas duty-free do país. Sem dúvida, essa é uma das grandes atrações para os 8 milhões de turistas que vão fazer compras todo ano. 

O idioma oficial de Andorra é o catalão, algo que nenhum outro país ostenta. E nunca travou guerras, embora sua história tenha alguns momentos interessantes. Em 1934, o aventureiro russo Boris Skossyreff tentou tomar o poder e se declarar Boris I, rei de Andorra. O reinado autodeclarado durou duas semanas, até ele ser preso e deportado para a Espanha, embora sua partida tenha sido brevemente atrasada porque Boris se recusou a viajar na terceira classe do trem. 

Atração turística: esqui, caminhadas e pechinchas.

Luxemburgo

Área: 2.586 km²

População: cerca de 600 mil habitantes

Se nos basearmos no Festival da Canção Eurovision, podemos dizer que o troféu vai para Luxemburgo, que ganhou o famoso concurso nada menos do que cinco vezes. Mas o mesmo não acontece com a seleção de futebol do país, que nunca se classificou para nenhum grande torneio, apesar de tentar há quase um século. 

 

Luxemburgo é um lugar hospitaleiro, e os visitantes tendem a ficar algum tempo. No passado, isso se aplicou aos Habsburgos, aos burgúndios, prussianos, espanhóis, holandeses, belgas e franceses que decidiram chamar o grão-ducado de lar. Hoje, os visitantes vão trabalhar, e estrangeiros constituem quase metade da jovem população, com média de idade de 39 anos. 

Os que estão só de passagem vão pela comida e pelo vinho (mais estrelas do guia Michelin por habitante do que todos os países do mundo), pelos muitos castelos imponentes e pelo encanto histórico da Cidade de Luxemburgo. 

É um lugar rico, com o maior PIB per capita do mundo. Os idiomas oficiais são francês, alemão e luxemburguês, este último data da época dos francos. Um estudo de 2013 mostrou que 70% das pessoas usam o luxemburguês no trabalho, na escola e/ou no lar, e 56% disseram que era seu idioma principal. 

Atração turística: a comida, o vinho, o campo, a história...

por Tim Hulse

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