O que faz de você quem você é? O que torna você diferente, e ao mesmo tempo semelhante a muitas outras pessoas? Sua personalidade é única, mas você
O que faz de você quem você é? O que torna você diferente, e ao mesmo tempo semelhante a muitas outras pessoas? Sua personalidade é única, mas você tem características iguais às da sua família e seus amigos. De onde vêm esses aspectos da personalidade?
A personalidade é sua estrutura psicológica, a combinação única de características, padrões de pensamento, sentimentos e comportamentos que faz você ser quem é.
Os elementos básicos dessa estrutura são iguais em todas as pessoas, mas o modo como são reunidos é diferente em cada uma.
A personalidade é uma das áreas mais complexas e discutidas da Psicologia, porque as teorias da personalidade têm muito a explicar: quais são os elementos fundamentais da personalidade, de onde vêm, como se integram, que grau de controle temos sobre eles e se sofrem maior influência de fatores hereditários ou ambientais.
Existem várias teorias, mas nenhuma delas explica todos os aspectos da personalidade humana.
Os cinco traços principais
Uma das mais importantes teorias da personalidade é a “teoria dos traços”. Essa teoria afirma que, assim como se pode descrever um objeto usando alguns aspectos básicos (como altura, largura, densidade, cor etc.), também é possível descrever a personalidade de alguém de acordo com alguns traços básicos.
Esse processo pode ser comparado às cores: existem muitas diferentes, mas todas fazem parte de um único espectro e variam ao longo de uma dimensão (no caso das cores, o comprimento de onda).
Estudos exaustivos, empregando questionários conhecidos como inventários de personalidade, mostraram as cinco principais dimensões, ou traços, da personalidade.
É claro que há outras formas de descrever a personalidade, mas quase todos os demais tipos de traços imagináveis são variações dessas cinco dimensões.
Qual é a origem da personalidade?
A personalidade é o resultado de uma combinação de fatores. Em primeiro lugar, os genes e os instintos (os produtos da herança genética e da evolução) são responsáveis pela matéria-prima da personalidade. Às vezes esse elemento é chamado de “temperamento” e independe do que nos acontece depois do nascimento – em outras palavras, o temperamento seria basicamente o mesmo qualquer que fosse o lugar e a época em que crescêssemos.
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Em segundo lugar, a personalidade reflete a cultura e a sociedade de origem, o modo de criação e a influência da família, dos amigos e dos meios de comunicação. Por fim, as experiências e escolhas pessoais, o conhecimento adquirido e os efeitos dos eventos aleatórios e imprevisíveis influenciam a modelagem da personalidade e seu desenvolvimento posterior.
As cinco dimensões da personalidade:
1. Amabilidade-antagonismo:
Em uma ponta dessa dimensão estão as pessoas de bom temperamento, crédulas, cooperativas, modestas e altruístas, e na outra estão as egoístas, mal-humoradas, arrogantes, desconfiadas, exigentes, antipáticas e antissociais.
2. Consciência-irresponsabilidade
Essa dimensão varia dos perfis responsáveis, organizados, esforçados, ordeiros e confiáveis, em um extremo, às personalidades precipitadas, impulsivas, irresponsáveis e inconsequentes no outro.
3. Estabilidade-instabilidade emocional
Às vezes conhecida como neuroticismo, essa dimensão descreve o grau de tranquilidade ou ansiedade, relaxamento ou tensão, estabilidade ou volatilidade emocional, calma ou instabilidade.
4. Extroversão-introversão
Dimensão que indica o grau de expansividade ou introversão e abrange um número expressivo de características relacionadas – alegre ou triste, loquaz ou taciturno, sociável ou retraído, categórico ou evasivo, ruidoso ou silencioso, e assim por diante.
5. Abertura-fechamento a experiências
Essa dimensão refere-se ao grau de abertura a novas experiências, informações e sentimentos, bem como à reação à ambiguidade e incerteza, em oposição à preferência por situações familiares, simples, bem definidas e sem desafios.
Você tem livre-arbítrio?
Diversas teorias afirmam que a personalidade e, portanto, os desejos, pensamentos, sentimentos, intenções, motivações etc. são determinados em maior ou menor grau por fatores que não podemos controlar.
Embora você possa acreditar que decide o que falar e fazer, aonde ir ou como reagir a uma situação – em outras palavras, que tem livre-arbítrio –, na verdade isso é uma ilusão, pois todas essas decisões são o produto da interação de outras forças: educação, treinamento e genes.
Você pode discordar e insistir que tem livre-arbítrio, mas a réplica seria que essa insistência se deve à sua educação para acreditar nisso ou que você tomou uma decisão consciente de acreditar!