Antes da invenção da escrita, as sociedades tinham outras formas de reter o conhecimento e passa-lo adiante. Confira como melhorar a memória!
Redação | 20 de Setembro de 2018 às 18:00
Antes da invenção da escrita, as sociedades desenvolveram outras formas de reter o conhecimento e passa-lo adiante. Agora, no século XXI, quando muitos de nós somos bombardeados com informação 24 horas por dia e temos dificuldade para guardar o que é importante, há muito o que podemos fazer para melhorar a memória, basta seguir as dicas de culturas mais antigas do que a nossa.
Os humanos começaram a falar há 50 mil anos, e, à medida que as sociedades e a linguagem evoluíram, a experiência começou a ser passada de geração em geração. Histórias, mitos e folclore eram comunicados oralmente. Nas sociedades antigas como os iorubas da África Ocidental, mantenedores da tradição oral eram reverenciados como historiadores oficiais. Recitar a informação ajudava as pessoas a lembrar.
Música, canção e dança são centrais para a manutenção da tradição oral. Escritos e cantados como baladas, os eventos-chave para a história de um povo têm sido preservados. Os aborígenes australianos, que acreditam que seus ancestrais criaram o mundo cantando, relacionam cada característica de suas paisagens com uma canção diferente e lembram-se delas assim. Em algumas culturas indígenas, povos lembram como ir de um lugar ao outro fazendo anotação mental das diferenças sutis na vegetação em cada trecho da paisagem. Ao criar memórias espaciais e visuais de cada caminho, usando o sol e as estrelas para orientar-se, eles podem percorrer grandes distâncias a pé sem se perder.
O campeão mundial de memória de 2010 e 2011, Wang Feng, de 21 anos, conseguiu lembrar 300 de 400 números falados a uma velocidade de um por segundo e lembrar a sequência de um baralho de cartas embaralhadas em meros 24,21 segundos. Sua habilidade é aperfeiçoada em cinco ou seis horas diárias de prática usando diferentes métodos para melhorar a memória, inclusive visualização. Os métodos de prática e desempenho datam da Grécia e Roma antigas, quando — embora muita informação importante fosse escrita — oradores com excepcionais poderes de memória eram considerados com grande respeito.
Os sistemas de memória de outras culturas incluem várias técnicas que a maioria de nós conseguiria também usar. Tente aplicar algumas delas e você logo verá os benefícios:
Divida informações como números de telefones em partes — é mais fácil de lembrar.
Ponha informações em forma de uma história na qual pessoas e eventos representam coisas a serem memorizadas. Estudos mostram que essa técnica, similar à tradição oral de relacionar mitos e folclores, torna a informação mais fácil de reter e de recuperar.
Ler a informação em voz alta faz com que ela se torne mais fácil de lembrar. Você pode fazer isso sozinho ou com alguém. Relacionar algo a alguém ajuda a reter fatos na memória.
O cérebro é mais apto a armazenar e lembrar informação que esteja associada a música e rima, conforme indicam estudos. Uma música familiar funciona como uma trilha sonora para um filme mental sendo reproduzido no cérebro. Tente relacionar informação a uma música familiar, criando suas próprias rimas.
E associe-as aos nomes de pessoas e lugares que você quer lembrar. Para ligar as informações, desenhe mapas de memória compostos de imagens fortes. Você pode usar aromas e texturas em seus mapas.
Pratique tarefas para melhorar a memória — mesmo as mais simples, como lista de compras. Repita muitas vezes até lembrar-se perfeitamente. Se você se concentrar bem, vai perceber que esses desafios se tornam progressivamente mais fáceis.
Imagine um caminho ou jornada bem familiar e coloque coisas que você gostaria de lembrar ao longo desse caminho em locais específicos para criar memórias espaciais.