Nosso cérebro tem a capacidade de realizar algumas coisas incríveis. Confira três truques para ensinar a ele e aumentar a sua capacidade intelectual.
Julia Monsores | 13 de Novembro de 2019 às 19:00
Nosso cérebro tem a capacidade de realizar algumas coisas incríveis. Confira três truques para ensinar a ele. E veja também 6 conselhos para estimular os neurônios!
Amarre um pedaço de barbante (ou fio dental), com algo entre 60 centímetros e um metro, na alça de uma xícara de café. Pendure-a à sua frente, mantendo-a o mais imóvel possível. Então, usando apenas a mente, faça a xícara balançar para a frente e para trás. Em 20 a 30 segundos, você verá a xícara começar a se mover para a frente e para trás. Então, novamente por meio apenas da mente, ordene que a xícara pare. Repita o exercício, dessa vez querendo que a xícara balance da esquerda para a direita, como um pêndulo.
Não, você não pode mover as coisas com a mente. Mas esse experimento, estranhamente parecido com a telecinese, prova que seu inconsciente exerce um controle extraordinário sobre os músculos. E assim, faz eles se contraírem de modo sutil para produzir movimentos minúsculos e precisos que balançam a xícara.
Embora seja provável que você não tenha consciência dos músculos que contraiu para fazer a xícara balançar, seu corpo sabia o que fazer por um processo chamado memória implícita, no qual o cérebro guarda inconscientemente uma quantidade enorme de informações, como quais grupos musculares causarão aquele tipo de movimento sutil. Talvez esses movimentos inconscientes tenham dado origem ao conceito de telecinese.
Os morcegos se orientam no escuro ouvindo o som de retorno que criam com estalidos, chilreios e tons ultrassônicos. Todos temos um morcego interno que também sabe se ecolocalizar. Arranje uma vara comprida de ponta rija (metálica é ideal), um amigo para observá-lo, e vá a uma área de sua casa que não tenha tapete. Feche os olhos e bata a vareta à frente, como os cegos fazem.
Observe que você consegue ter uma certa sensação da presença de objetos grandes próximos e até de sua distância apenas ouvindo as batidas. Se você for como a maioria das pessoas que enxergam e fazem isso pela primeira vez, você só “saberá” quando se aproximar de uma parede ou objeto grande. Sem saber exatamente como sabe. Esse “saber sem saber como” é outro exemplo da memória implícita.
Mas, se escutar com atenção as batidas da vara, você começará a notar que o ruído feito quando bate no chão a pequena distância da parede tem um jeito oco, por causa do leve eco que se segue imediatamente ao ruído original do contato. Os ecos da vara batendo no chão seguem-se depressa demais para serem percebidos como réplicas distintas da batida, mas mesmo assim aumentam um pouco o som original.
Se bater a vara mais perto da parede (a alguns centímetros), o tom da batida será um pouco mais agudo. Algumas pessoas dizem que as batidas bem perto da parede soam “mais mortas” porque contêm menos ecos e, portanto, harmônicos.
A sombra sonora é prima da ecolocalização. Ela permite que você sinta quando alguém – ou algo grande, como um predador – está logo atrás. Mesmo que esse alguém (ou algo) não faça nenhum som.
Fique de olhos fechados numa área atapetada (ou outra superfície que amorteça o som, como grama ou areia da praia). Depois, peça a um amigo que se aproxime de você por trás de modo que você não escute seus passos, sua respiração ou o farfalhar da roupa. A experiência funciona melhor se houver uma clara fonte sonora, como um rádio, localizada uns três metros atrás de você para criar ruído de fundo.
Quando seu amigo se aproximar por trás, embora não possa vê-lo nem ouvi-lo diretamente, você será capaz de “sentir” a sua proximidade graças à sombra sonora que ele cria. Isto é, o modo como o corpo dele bloqueia o som. Se prestar bastante atenção à sombra sonora, você perceberá que ela tem duas partes. Uma leve queda de volume e um amortecimento dos ecos do ruído do rádio nas superfícies atrás de você. Esses dois efeitos ficam cada vez mais óbvios conforme a pessoa se aproxima. Nossa capacidade inconsciente de sentir que há alguém atrás de nós pode ter dado origem àquele clichê dos filmes e livros de mistério: “Ela sentiu que alguém a observava.”
Embora seja mais um exemplo da memória implícita, a percepção das sombras sonoras, como a ecolocalização, também pode ter embutido um componente de sobrevivência no cérebro que nos ajuda a compensar um grande ponto cego nas costas do qual animais predadores (e seres humanos malvados) poderiam tirar proveito.