Eterna musa do Carnaval carioca, a tijucana Quitéria Chagas fala sobre exercícios, a pandemia, maternidade e muito mais.
Há um ano sem vir ao Brasil por conta da pandemia do coronavírus, Quitéria Chagas continua morando em Milão, na Itália, e segundo à risca as regras de isolamento social.
Sempre com o corpo em movimento, ela tem feito exercícios em casa, como dar boas pedaladas em sua bicicleta com carga – sem sentar-se no banco – por uma hora.
“Isso me ajuda a definir o abdômen e a perna. Ainda faço exercícios com pesos. Sou viciada em atividade física, é algo que me faz bem, é uma questão de saúde”, explica.
Quando o assunto é alimentação, Quitéria segue uma rotina saudável à mesa: ingere pouco carboidrato, não come muita carne – apenas duas vezes na semana – e não ingere açúcar em sucos.
“Cortei o açúcar da minha vida, foi algo que me ajudou a eliminar as celulites. Além de fazer mal à saúde, é um hábito alimentar muito utilizado no Brasil. Aqui, em Milão, as pessoas não são adeptas ao açúcar”, fala Quitéria.
E completa: “Quando tenho o meu dia da TPM, que quero comer um pouco um doce, sorvete ou torta, dou preferência para as frutas secas como passas e figo desidratado, e sementes. Faço um mix e isso me dá uma saciedade em relação ao doce”.
Atenção às compras
Para fugir das tentações, ao ir às compras, Quitéria não leva para casa possíveis guloseimas para, justamente, controlar-se em relação a alguns pecados da gula.
“O que faço é não comprar as coisas que amo, como os doces. Do contrário, se eu vejo, acabo comendo. Estou com 40 anos e o meu metabolismo está mais lento e isso é normal porque com o passar do tempo o nosso metabolismo vai ficando mais lento mesmo. Então, preciso redobrar a atenção com o que eu como no dia a dia”, conta.
A alimentação diária de Quitéria é bem restrita em termos de carboidratos e açúcares.
“No jejum bebo água morna com limão e gengibre. Isso ajuda a desintoxicar o meu organismo. No almoço, como ovo (com a gema mole), abacate, salada, lentilha, azeite e suco. À tarde, sempre tomo um iogurte com cereal. E no jantar é, basicamente, legumes refogados no vapor e uma proteína como o peixe”, conta.
Pele em dia
Apesar de usar produtos para a limpeza da pele todos os dias (às vezes, entra na lista de skincare um esfoliante), Quitéria prefere recorrer a alguns aparelhos mais potentes para tratar a região do rosto.
“Existem aparelhos que atingem uma camada mais profunda da pele que são maravilhosos, parece até que você fez uma injeção de botox quando termina uma sessão com um desses aparelhos. Eles regeneram a pele e dão um resultado incrível. Não gosto de perder muito tempo com o uso de cremes”, explica.
Psicóloga e morando há quatro anos na Itália, Quitéria conta que tem planos de validar o seu diploma para trabalhar na área da psicologia em Milão.
“Eu me formei no Brasil, mas pretendo validar o meu diploma aqui e trabalhar na área da psicologia. Como sou doula, quero atender mulheres brasileiras que estão aqui e nesse momento da gestação. Na Itália 90% dos partos são naturais. A cesariana só ocorre em último caso”, diz.
Mãe de Elena, fruto da união com o empresário italiano Francesco Locati, Quitéria, que optou pelo parto humanizado, afirma que a maternidade sempre foi um sonho na vida.
“E eu sempre quis ser mãe de uma menina. A vinda da Elena mudou a minha vida completamente. É um amor incondicional, é lindo, incrível o vínculo entre a mãe e o bebê”, diz.
Reflexiva sobre o momento da pandemia do coronavírus, ela afirma que o vírus veio para despertar a empatia no ser humano.
“A gente não pode ter contato social, precisamos colocar em prática o distanciamento social para nos protegermos. A redução da pandemia está em seguirmos as recomendações científicas: uso de máscaras, distanciamento social (que não é visitar um amigo de máscara, trocar beijos e ficar conversando) e limpar sempre as mãos. Porém, muitos não querem seguir essas regras. No Japão, por exemplo, a doença já reduziu, a curva caiu, porque lá as pessoas seguem as regras. No Brasil, não! É uma loucura, o ‘povo chutou o balde’. A pandemia ganhou força porque as pessoas não seguiram essas regras”, explica.
E finaliza: “A falta de empatia predominou. Muitos ainda têm esses pensamentos e banalizam vidas. Estou há um ano ser ver a minha mãe. Não estou feliz com isso. Porém, não vou arriscar à minha vida e a dos outros. Precisamos de alguns momentos de privação porque isso salva vida, com certeza”.