Patrícia Pinho, a Fátima de "Além da Ilusão", celebra nova fase na carreira e fala sobre a sua relação com o filho.
Com mais de 20 anos de carreira, e muitos trabalhos em humorísticos, a vida trouxe um presente para a atriz Patrícia Pinho: um papel na novela “Além da Ilusão”.
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“Não é o máximo? Aos 49 anos (não aparento ter à minha idade, risos), estou iniciando algo novo na minha vida e que ainda estou descobrindo como se faz”, diz a atriz, que se encantou com a época em que a novela é contada, a década de 1940.
“Cada detalhe de figurino, as ondas do meu cabelo, tudo me emociona, até a refeição que é servida nos jantares da casa de Fátima, que é algo que me lembra a minha avó. Busquei as fotos da minha família. O bisavô do meu pai era professor no Norte de Portugal e o filho dele – o meu bisavô Manoel – quando veio para o Brasil, já sabia da importância da educação e da cultura para a cidadania. A Fátima tem essa camada de luta social. Ajuda as amigas e cria a filha com todo o amor e a incentiva”.
Assim como a personagem, Patrícia garante que sabe guardar segredo de qualquer tipo. “Guardo, sim. Você pode me contar o mesmo segredo duas vezes que eu vou me surpreender. Além disso, tenho uma cara confiável e como amo a liberdade e me interesso pela vida, as pessoas adoram me contar seus segredos. O ser humano é sensacional!”, entrega.
Novo mundo com a maternidade
Mãe de Matheus, de 28 anos, a atriz conta que a maternidade deu um novo sentido em sua vida e que tudo passou a ser feito em prol do filho.
“O meu filho é uma ‘alma velha’. É muito inteligente, é matemático e para ele é difícil ter uma mãe artista, muito desencanada e lúdica. Outro dia, botei uma mesinha para os gatos jantarem – uma mesa na altura deles – e o Matheus me olhou sem acreditar e falou: ‘mamãe, tudo tem limite’. Eu tive que explicar que tinha lido que era bom para o gato que tem refluxo. Para ele eu sou a maluca dos gatos”, conta.
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Por mais que se preocupe – em alguns momentos em excesso – Patrícia conta que fez questão de incentivar em Matheus a liberdade na vida, porém, usada com responsabilidade.
“Sou uma mãe péssima, sufocante, chata e autoritária. Vejo a unha como está e mando marcar o dentista até hoje. Mas acho que faço bem o meu papel. Não aceito tudo só porque ele é meu filho. Não sou do tipo que tem culpa por trabalhar demais e ficar mimando para compensar. Ao mesmo tempo, o Matheus tem um temperamento forte e só faz o que ele quer. Meu filho é adulto e está pensando em formar a família dele. Eu o incentivo. Se deu certo comigo, aos 20 anos, com mil dificuldades, é claro que vai dar certo para ele. Onde a gente coloca o nosso amor, floresce”, fala.
Boa de jogo
Durante o período da pandemia, Patrícia jogou tarô para amigos que na época estavam sem trabalho.
“Poder ajudar amigas que estavam em casa sem renda foi um alívio. Acredito no poder do coletivo. A gente só sobrevive assim. É a cornucópia grega. A fartura ilimitada. É a abundância compartilhada. Além disso, pude ouvir histórias incríveis de pessoas realmente sensacionais”, conta a atriz, que ainda segue atendendo pessoas interessadas no jogo.
“Entendi que é muito importante ser um canal de diálogo e cura da alma. Para problemas de saúde: medicina. Para problemas mentais: psicologia/psiquiatria. Para questões de alma: artes e ciências ocultas – tarô, astrologia, runas, numerologia, baralho cigano, i ching e cabala. Todos são instrumentos para entender e dar luz às questões de algumas pessoas. Junto a isso: simbologia, origem das palavras. Há muita sabedoria na nossa ancestralidade, nas ervas medicinais e no Teatro. Nas minhas consultas eu falo de Mitologias – histórias cheias de símbolos que falam sobre o humano”.