O vitiligo é uma doença caracterizada pela perda da coloração da pele, provocando manchas brancas de tamanhos variáveis por todo o corpo.
O vitiligo é uma doença de pele que afeta mais de 150 mil pessoas por ano em todo o Brasil. O sintoma mais evidente é a despigmentação da pele, causando manchas esbranquiçadas perceptíveis principalmente em pessoas de pele mais escura.
Para explicar o que é o vitiligo, quais são suas causas, fatores de risco, tratamentos e cuidados especiais, Seleções conversou com a Dra. Fátima Tubini, especialista em dermatologia pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD).
O que é vitiligo?
De acordo com a SBD, o vitiligo é uma doença caracterizada pela perda da coloração da pele, provocando manchas brancas de tamanhos variáveis por todo o corpo.
“Ela ocorre por diminuição ou ausência dos melanoma (que são células responsáveis pela formação da melanina, que dá coloração à pele)”, explica a Dra. Fátima, que completa: “o vitiligo pode afetar qualquer parte do corpo, inclusive pelos e cabelos”.
Causas do vitiligo
Assim como outras doenças ainda sem explicação, as causas do vitiligo não são totalmente conhecidas. No entanto, diversos estudos científicos vêm associando sua aparição a doenças autoimunes.
“Fatores autoimunes parecem estar associados à ocorrência da doença. Mas além disso, fatores emocionais também podem estar relacionados ao aparecimento e até agravamento da doença”, explica.
Vitiligo é hereditário?
Sim, o vitiligo é considerado uma doença genética, crônica e autoimune. De acordo com a Dra. Fátima, o histórico familiar é um fator que agrava as chances de aparição da doença.
“Cerca de 30% dos pacientes portadores de vitiligo possuem histórico familiar para a doença. Além disso, outras doenças autoimunes podem também estar relacionadas ao aparecimento do vitiligo, como é o caso da hepatite autoimune e doenças da tireoide“, explica a especialista.
No entanto, uma pessoa pode herdar a propensão genética ao desenvolvimento da doença mas jamais apresentar os sintomas. O que se sabe é que alguns gatilhos emocionais como o estresse e traumas contribuem para o surgimento das manchas.
Quais o sintomas de vitiligo?
O principal sintoma de vitiligo é o surgimento de áreas brancas na pele, com margens bem definidas. Essas manchas são observadas, sobretudo, em regiões da pele mais expostas ao sol. As manchas causadas pelo vitiligo podem ser divididas em dois tipos: segmentar ou unilateral e não-segmentar ou bilateral.
Segmentar ou Unilateral: As manchas aparecem em apenas uma parte do corpo, podendo atingir pelos e cabelos que também perdem a coloração natural.
Não-segmentar ou Bilateral: Esse é o tipo de vitiligo mais frequente. Nele as manchas aparecem nos dois lados do corpo, geralmente de forma simétrica, iniciando pelas extremidades. A perda de coloração vai evoluindo, com períodos de estagnação. É comum que as áreas sem pigmentação se tornem maiores com o passar dos anos.
Os surgimento dos sintomas são mais comuns entre 20 e 30 anos, embora seja possível o surgimento em pessoas de qualquer faixa etária. Em geral, o diagnóstico do vitiligo é óbvio.
Vitiligo é contagioso?
Embora haja muito preconceito e desinformação sobre a doença, o vitiligo não é contagioso. Contudo, ele pode impactar significativamente a qualidade de vida e a autoestima dos pacientes. Sendo assim, é importante buscar o tratamento e ter um suporte emocional para que o paciente possa conviver melhor com o quadro.
Há opções de tratamento para o vitiligo? Como funcionam?
Embora não tenha cura, existem diversas opções de tratamento que apresentam resultados bastante satisfatórios.
“O uso de medicações tópicas, como os corticosteroide, derivados da vitamina D e o Tacrolimus, trazem bons resultados. O uso dessas medicações visa cessar o aumento das lesões e estimular a repigmentação da pele. Além disso, outras opções terapêuticas incluem a fototerapia com radiação ultravioleta B banda estreita (UVB-nb), com excelentes resultados; além de tecnologias como laser e técnicas cirúrgicas de transplante de melanócitos”, explica.
Ainda de acordo com a dermatologista, o importante é que as pessoas com a doença procurem um médico dermatologista e iniciem o tratamento assim que surgirem os primeiros sintomas.
Como a doença também pode trazer prejuízos emocionais, inclusive provocando um agravamento da doença, em muitos casos é aconselhável um acompanhamento psicológico.
Cuidados com a pele
Paciente com vitiligo, em alguns casos, também costumam relatar sentir sensibilidade e dores nas áreas afetadas. Por isso, é importante que pessoas com a doença tenham alguns cuidados extras com a pele.
“Em primeiro lugar, é importante não descuidar da proteção solar, visto que a pele afetada pelo vitiligo é muita mais suscetível aos danos solares. Além disso, evitar traumas na pele também faz parte dos cuidados essenciais, pois novas lesões de vitiligo podem aparecer em locais de trauma. E finalmente, controlar o estresse, pois o fator emocional pode agravar a doença”, conclui.
Dra. Fátima Tubini é especialista em dermatologia pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) – CRM 90944