A vitamina B12 é uma vitamina do complexo B essencial para o bom funcionamento do sistema imunológico e uma grande aliada na velhice.
Thaís Garcez | 22 de Agosto de 2022 às 12:00
Também conhecida como cobalamina, a vitamina B12 foi a última vitamina a ser descoberta. No final da década de 1940, ela foi identificada como uma substância presente no fígado dos bezerros e que curava a anemia perniciosa.
A vitamina B12 é a única do complexo B que o organismo armazena em grandes quantidades, principalmente no fígado. O corpo a absorve através de um processo complicado. As enzimas digestivas, na presença de ácido gástrico suficiente, separam a B12 das proteínas dos alimentos. Dessa forma, a vitamina se liga a uma substância chamada de fator intrínseco – uma proteína produzida pelas células no revestimento gastrointestinal – antes de ser transportada ao intestino delgado, onde é absorvida.
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Níveis baixos de ácido gástrico ou uma quantidade inadequada do fator intrínseco podem causar deficiências. Contudo, como o corpo possui boas reservas de B12, pode levar muitos anos para que desenvolva uma pequena queda dos níveis dessa vitamina.
A vitamina B12 é essencial para a replicação celular, sendo particularmente importante para a produção das hemácias sanguíneas. Ela mantém o revestimento protetor ao redor dos nervos e auxilia na conversão dos alimentos em energia. Além disso, desempenha uma função essencial na produção de DNA e RNA, material genético contido nas células.
Juntamente com o ácido fólico, a vitamina B12 ajuda o corpo a processar a homocisteína – substância semelhante ao aminoácido. Assim, pode diminuir o risco de doenças cardíacas. Além disso, a B12 pode ajudar a prevenir muitas doenças neurológicas, bem como o entorpecimento e a rigidez das extremidades do corpo; frequentemente associados ao diabetes. A B12 também pode ser importante no tratamento da depressão.
Pesquisas demonstram também que níveis baixos da vitamina B12 são comuns nas pessoas que sofrem da doença de Alzheimer. Não se sabe se esta deficiência é um fator que contribui para a doença ou simplesmente um resultado dela.
A vitamina B12 auxilia na manutenção do sistema imunológico. Alguns estudos sugerem que ela aumenta o tempo entre a infecção pelo vírus HIV e o desenvolvimento da Aids. Outras pesquisas indicam que a ingestão adequada de B12 melhora as respostas imunológicas dos idosos. Inclusive, é útil no tratamento da esclerose múltipla. Por meio de sua função de replicação celular, a vitamina B12 pode melhorar os sintomas da rosácea.
Considera-se que até 20% dos idosos tenham deficiências de vitamina B12, a maioria sem apresentar nenhum sintoma. À medida que envelhecem, por vezes desenvolvem um problema denominado gastrite atrófica, que reduz a produção de ácido gástrico. Sem a quantidade suficiente, o organismo não pode separar a vitamina B12 a partir das proteínas nos alimentos. Contudo, é capaz de absorver B12 suficiente dos suplementos ou de um cereal matinal enriquecido.
Pessoas com úlceras, doença de Crohn ou outros distúrbios gastrointestinais, e também aquelas que tomam remédios para epilepsia, azia crônica ou gota, correm o risco de ter:
O excesso de vitamina B12 é prontamente excretado pela urina. Não existem efeitos adversos conhecidos decorrentes de uma ingestão elevada dessa vitamina.
O seu nível de vitamina B12 pode ser descoberto através de exames de sangue. Somente após a realização do exame o seu médico poderá avaliar se os seus níveis estão normais ou baixos.
Uma dosagem alta de homocisteína e ácido metilmalônico no sangue pode indicar uma deficiência de vitamina B12. No entanto, é importante destacar que existem pessoas que possuem níveis elevados de ácido metilmalônico e homocisteína mas que apresentam dosagem normais da vitamina, portanto somente o exame de sangue poderá fornecer um diagnóstico preciso.
Além dos suplementos, você pode obter vitamina B12 por meio de alimentos derivados de animais. Ou seja, frutos do mar, peixes, ovos, carne vermelha e queijos. Alguns cereais matinais também são enriquecidos com esta vitamina. Descubra aqui como se alimentar adequadamente de acordo com a sua idade.
A ingestão diária recomendada para a vitamina B12 é de 1 mcg para adultos. Porém, muitos especialistas recomendam a ingestão de 100 a 400 mcg.
Os suplementos da B12 são muito importantes para idosos – pois o nível de B12 no sangue diminui de acordo com a idade – e vegetarianos – por não consumirem carne, uma das principais fontes da vitamina. Porém, é possível ter uma dieta equilibrada sendo vegetariano.
Caso você tome um suplemento de vitamina B12, o ideal é ingerir também um suplemento de ácido fólico. Isso porque uma ingestão elevada de um pode mascarar a deficiência de outro. Mas, lembre-se! Antes de tomar qualquer suplemento, converse com seu médico.
Tome a vitamina B12 uma vez ao dia, de preferência pela manhã, juntamente com pelo menos 400 mcg de ácido fólico. A maioria dos complexos multivitamínicos contém pelo menos a IDR de vitamina B12 e de ácido fólico; os suplementos do complexo B apresentam quantidades mais elevadas. Para quantidades maiores e terapêuticas adquira um suplemento com apenas vitamina B12 ou com a adição de ácido fólico.
Os pacientes idosos são mais suscetíveis à deficiência da vitamina B12 devido à redução da acidez estomacal fundamental paraseparar a B12 das proteínas dos alimentos. Diante disso, estudos observaram que após os 50 anos, algumas pessoas têm uma capacidade limitada de absorver a vitamina B12 a partir dos alimentos. Nesses casos a suplementação é recomendada porque mesmo deficiências leves dessa vitamina podem aumentar o risco de doenças cardíacas, depressão e doença de Alzheimer.
Pacientes com dietas restritas, principalmente veganos, também devem monitorar seus níveis da vitaminae ficar atentos a necessidade de reposição.
Pacientes com absorção inadequada por disbiose, gastrite atrófica, doenças inflamatórias intestinais, HIV positivo, dentre outras situações, podem predispor a uma deficiência de vitamina B12 e devem receber suplementação profilática.
Atenção: Esta matéria tem como objetivo apenas informar e não substitui a consulta médica profissional. A avaliação clínica é imprescindível para saber se você precisa de uma suplementação ou não. Sendo assim, sempre consulte um médico. Somente assim você terá um diagnóstico completo e assertivo.