Durante o Outubro Rosa, Val Marchiori enfatiza a importância da detecção precoce do câncer de mama e faz apelo ao governantes
A empresária e ex-participante do reality 'Mulheres Ricas' Val Marchiori, de 50 anos, emocionou o público ao compartilhar detalhes sobre seu estado de saúde. Diagnosticada com câncer de mama em setembro, ela revelou nesta quarta-feira (15) que iniciou o tratamento de quimioterapia, considerado o primeiro passo após as cirurgias realizadas recentemente.
"Oi, gente! Estou aqui para agradecer o carinho que tenho recebido de todos vocês. Já fiz as minhas cirurgias, fiz a minha primeira quimio [quimioterapia]. Bem difícil, bem desconfortável. Mas fé em Deus que vai dar tudo certo. Agora, só falta cinco. Estou bem enjoadinha, me recuperando ainda", tranquilizou ela.
Após essa etapa, a apresentadora passará por radioterapia, inicialmente prevista para 15 aplicações. “A princípio serão seis sessões, se meu corpo aguentar. São cinco horas cada, uma a cada três semanas. Depois começo as sessões de rádio, a princípio são 15, mas pode ser mais, tudo depende de como o meu corpo vai reagir”, explicou.
No vídeo publicado nas redes sociais, Val apareceu visivelmente emocionada, mas determinada a enfrentar o processo com fé e esperança. Em determinado momento, Val se emociona e relata a dor provocada pela medicação. “Dói demais. Arde. Arde muito!”, diz a empresária ao respirar fundo.
Leia também: Câncer de mama também afeta homens, veja os sinais
Um alerta às mulheres
Apesar do desconforto, a empresária aproveitou o momento para agradecer o apoio dos fãs e reforçar o alerta sobre a importância da prevenção. Segundo ela, o medo de fazer a mamografia fez com que o diagnóstico fosse adiado.
"Vim aqui dizer mais uma vez, insistir. Mulheres, vamos fazer nossas mamografias! Porque isso, salva vidas. E olha só, eu tô gravando esse vídeo aqui pra que muitas mulheres que tinham medo de fazer mamografia, como eu, não passem por isso. Meu único objetivo. Se eu puder ajudar a salvar uma única mulher que seja eu estou feliz. Porque é muito difícil, gente. Não é fácil passar por isso."
Fé, solidariedade e um pedido aos governantes
Apesar do momento delicado, Val reforçou sua fé e aproveitou o momento para fazer um apelo aos governantes por mais atenção às políticas de prevenção e tratamento do câncer, especialmente entre as mulheres mais jovens.
"Vocês, governantes, vamos olhar com mais carinho para o câncer, né. O câncer vem crescendo cada vez mais em mulheres mais jovens. Se a minha voz puder ecoar e fazer a diferença eu vou lutar por isso. Somente por isso", afirmou Val emocionada.
Após a sessão, Val tranquilizou os seguidores. “Tenho fé em Deus, estou com meus filhos, meu marido, muita gente me apoiando. E Deus, em primeiro lugar, que eu vou vencer essa. Tenho discernimento de que não vai ser fácil. Passei pela cirurgia de colocação do cateter e pela minha primeira sessão de quimioterapia. Deu tudo certo. Já estou indo para casa, com o coração cheio de fé e esperança”, declarou.
Especialista explica as chances de cura
Acompanhada do oncologista Dr. Fernando Maluf, Val compartilhou mais detalhes sobre o tratamento. O médico explicou que as perspectivas de cura são muito positivas e que o processo é preventivo, realizado para reduzir o risco de recidiva da doença.
“A gente está começando agora a segunda parte do tratamento depois da cirurgia. O tratamento é preventivo e ele vai envolver algumas etapas no tratamento quimioterápico, que a Val vai muito bem, tenho certeza. Depois temos a radioterapia e as drogas antirruginais”, detalhou o Dr. Fernando Maluf, oncologista do Hospital Israelita Albert Einstein (SP).
“Esses tratamentos, outra vez, vão sempre, sempre ter a missão de, além da cirurgia, protegê-la mais ainda, para que a gente mantenha a chance de cura dela muito alta. Isso que é o que a gente espera para todas as pacientes com câncer de mama”, explica o médico.
Outubro Rosa e o poder da prevenção
O relato de Val Marchiori ganha ainda mais relevância por acontecer durante o Outubro Rosa, campanha mundial de conscientização sobre o câncer de mama.
De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), o câncer de mama é o tipo mais comum entre as mulheres no Brasil, com cerca de 74 mil novos casos previstos para 2025. Quando identificado no início, as chances de cura ultrapassam 95%. Por isso, o exame de mamografia é fundamental; ele é o principal método para detectar precocemente a doença e é oferecido gratuitamente pelo SUS.
O Ministério da Saúde recomenda que mulheres entre 40 e 69 anos façam mamografia a cada dois anos, ou antes, caso haja histórico familiar da doença. Contudo, é importante destacar que, embora o câncer de mama seja mais comum após os 40 anos, há um aumento gradual de casos entre mulheres na faixa dos 30 a 39 anos, o que reforça a importância de consultas e exames regulares mesmo antes da faixa etária preconizada pelo SUS.
Como se prevenir do câncer de mama
- Faça a mamografia regularmente a partir dos 40 anos, conforme orientação médica.
- Procure a unidade de saúde mais próxima para agendar o exame pelo SUS.
- Mantenha uma alimentação equilibrada e pratique atividade física.
- Consulte um médico sempre que notar alterações nas mamas.
Por que Val Marchiori está usando touca?
Durante o vídeo, Val aparece usando uma touca e isso despertou a curiosidade dos seguidores da empresária.Essa touca é um dispositivo médico que resfria o couro cabeludo a aproximadamente 11°C. Ela ajuda a reduzir a queda de cabelo durante o tratamento. Esse equipamente tem se tornado cada vez mais comum entre pacientes oncológicos no Brasil.
Estudos publicados em revistas científicas como JAMA Oncology e The Lancet Oncology apontam que o método pode preservar entre 50% e 70% dos fios, dependendo do tipo de quimioterápico utilizado.
Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), a crioterapia capilar é uma técnica segura que pode diminuir em até 70% a queda dos fios em alguns tipos de quimioterapia. No entanto, deve sempre ser orientada por um oncologista.
Os efeitos colaterais mais comuns são dores de cabeça, tontura e frio intenso, mas a maioria dos pacientes se adapta bem. O custo do procedimento, que ainda está disponível apenas em centros oncológicos privados, varia de R$ 800 a R$ 1.500 por sessão. Em alguns hospitais, o uso já começa a ser oferecido gratuitamente.
Por que o cabelo cai na quimioterapia?
De acordo com o concologista, os medicamentos usados na quimioterapia são os responsáveis pela queda capilar. Esses medicamentos atacam tanto as células cancerígenas quanto as saudáveis, como as do folículo capilar. Como resultado, ocorre uma queda dos fios logo após o início do tratamento.
Todo mundo que faz quimioterapia vai perder cabelo?
A intensidade da queda pode variar de pessoa para pessoa. Isso porque dependerá de vários fatores como tipo de medicamento, dose, metabolismo e genética.
Gostou desta matéria? A Revista Seleções traz histórias reais, informações confiáveis e dicas de saúde que inspiram e cuidam de você. Assine Seleções e tenha acesso a conteúdos exclusivos sobre bem-estar, prevenção e qualidade de vida.