O governo de Santa Catarina vem considerando aplicar a vacina tríplice viral contra Covid-19 para evitar sintomas graves, mas ela é eficaz?
Letícia Taets | 14 de Março de 2021 às 20:00
A vacina tríplice viral é utilizada atualmente no Brasil contra rubéola, sarampo e caxumba. Costuma ser tomada ainda na infância, em duas doses.
No entanto, o governo de Santa Catarina tem estudado utilizá-la como medida auxiliar contra casos graves de Covid-19, a partir de estudo publicado pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e do Hospital Universitário Professor Polydoro Ernani de São Thiago, com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação de Santa Catarina (Fapesc).
De acordo com os resultados preliminares, os sintomas de Covid-19 em quem recebeu a vacina tríplice viral foram reduzidos. 83% dos voluntários da vacina que se infectaram foram assintomáticos. Dentre os que tomaram placebo, o número caiu para 50%.
Desta forma, há evidência inicial de que a vacina tríplice viral pode ajudar a combater os sintomas mais graves provenientes da evolução da Covid-19 e, potencialmente, fazer a prevenção do vírus.
A estratégia, cuja prefeitura de Florianópolis cogita adotar, seria a de aplicar mais uma dose da vacina tríplice viral em grupos não prioritários, acima de 18 anos, cuja prioridade para receber a vacina contra a Covid-19 é baixa.
Assim, sendo este grupo um dos que mais contagia, embora não necessariamente apresente sintomas graves, com a aplicação da tríplice viral, a carga viral deste grupo diminuiria. Com menos contágios acontecendo, menos internações e, consequentemente, maior desafogamento dos hospitais e UTIs.
Ainda não há resultados relativos à possibilidade de a vacina tríplice viral possuir eficácia em relação à prevenção de Covid-19. Das vacinas aplicadas no Brasil contra Covid-19 atualmente, as taxas de eficácia variam de 66% a 95%, sendo a da Pfizer em parceria com BioNTech a mais eficaz.