Vacina da UFMG contra o HIV avança para a fase 3

UFMG está à procura de voluntários para participarem da fase 3 dos testes da vacina contra o HIV. Saiba mais.

Thaynara Firmiano | 5 de Fevereiro de 2021 às 14:00

Alernon77/iStock -

A Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) avança na busca por uma vacina contra o HIV. Trabalhando em conjunto com outros centros de pesquisa de oito países que compõem a pesquisa Mosaico, a universidade está à procura de voluntários para participarem da fase 3 dos testes. 

A fase 3 consiste na averiguação da eficácia da vacina contra o HIV, o vírus causador da AIDS. Para tanto, a universidade está em busca de homens cisgênero ou pessoas trans que façam sexo com homens cisgênero e/ou pessoas trans para receber o imunizante. 

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Aqueles que forem vacinados serão acompanhados por 30 meses. Cada uma dessas pessoas receberá quatro doses da vacina que serão aplicadas com intervalos de três meses de uma para a outra. 

A UFMG diz que os voluntários precisam ter entre 18 e 60 anos e não podem realizar nenhum tipo de profilaxia (procedimentos que visam prevenir doenças) nem antes, nem após a possível exposição ao vírus. 

Segundo a UFMG, o estudo contará com a participação de 3.800 voluntários, que serão sorteados e divididos de maneira igualitária entre aqueles que farão parte do grupo placebo e do grupo ativo do teste. 

Sobre a pesquisa Mosaico 

Imagem: yalax/Istock

A pesquisa Mosaico é financiada pela farmacêutica Janssen, que é ligada à Johnson & Johnson, e conta com a colaboração de oito países, sendo eles: Argentina, Brasil, Espanha, Estados Unidos, Itália, México, Peru e Polônia. 

Sendo desenvolvida pelo HIV Vaccine Trials Network, a Mosaico visa a imunização contra o HIV-1, o tipo mais costumeiro do vírus que possui nove subtipos, além de diversas formas que se combinam, fazendo com que o controle do vírus seja uma tarefa complicada, dificultando o desenvolvimento de uma vacina. 

A vacina

Imagem: Alernon77/iStock

A vacina utilizada pela UFMG utiliza o adenovírus 26 (Ad26), que é usado como vetor para receber sequências específicas de partes do HIV. Segundo a universidade, não há perigo, pois ao usar apenas fragmentos do vírus, a vacina não causa a infecção do mesmo.

Vale mencionar que a tecnologia de vetor que a Mosaico utiliza em sua vacina é similar à tecnologia utilizada pela Sputnik V, a vacina russa desenvolvida para combater a covid-19. E segundo estudos da pesquisa, a vacina é segura, além de induzir a chamada imunidade cruzada. 

A AIDS é uma doença crônica causada pelo vírus HIV. Ela ataca o sistema imunológico e danifica a habilidade do organismo de se proteger contra outros tipos de infecções. A maneira mais comum de transmissão da doença é por meio de relações sexuais. 

Mesmo a AIDS sendo uma doença considerada uma pandemia e que assola o mundo desde a sua descoberta nos 80, causando milhares de mortes desde então, ainda não existe uma vacina eficaz contra o vírus do HIV. Proteja-se.