Entenda o motivo pelo qual a vacina contra herpes zoster pode ser incorporada ao SUS e passar a ser parte do programa nacional de imunização.
Thyago Soares | 26 de Setembro de 2025 às 11:58
A vacina contra herpes zoster, conhecida por prevenir uma das doenças mais dolorosas e incapacitantes da terceira idade, pode ser incorporada ao Programa Nacional de Imunizações (PNI). A proposta está em análise pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec) e passa, neste momento, por consulta pública que permite a participação da sociedade.
O aumento de casos de internações por herpes zoster no Brasil é o principal motivo pela qual a distribuição da vacina contra a herpes zoster vem sendo discutida. De acordo com dados do SUS, foram 2.037 registros em 2022, número que subiu para 2.284 em 2023 e chegou a 2.654 em 2024.
Esse crescimento reforça a necessidade de prevenção, sobretudo em idosos, que sofrem naturalmente com o enfraquecimento do sistema imunológico, processo chamado de imunossenescência.
“A incorporação da vacina contra o herpes zoster ao SUS representa um avanço significativo na promoção da saúde preventiva no Brasil, além de proteger as populações mais vulneráveis como idosos e adultos imunocomprometidos. A participação e engajamento da sociedade em Consultas Públicas é um passo essencial no processo de ampliação a recursos de saúde na rede pública. Sua opinião pode fazer a diferença”, afirma o infectologista Jessé Reis Alves, gerente médico de vacinas da GSK.
Se a proposta for aceita, a vacina contra herpes zoster será oferecida pelo SUS, inicialmente, para:
Atualmente, o imunizante já está disponível na rede privada, com custo médio elevado de R$ 800 a R$ 1.000 por dose. Esse alto valor é um dos fatores que reforçam a importância da ampliação gratuita pelo sistema público.
A Consulta Pública é um instrumento democrático que permite que cidadãos, pacientes, familiares, cuidadores e profissionais de saúde contribuam com suas opiniões. Para participar, basta acessar o site da Conitec, localizar a Consulta Pública nº 78 e preencher o formulário eletrônico. As manifestações serão avaliadas pela comissão técnica responsável pela decisão final.
O herpes zoster, também chamado de "cobreiro", é causado pela reativação do vírus varicela-zoster, o mesmo responsável pela catapora. Estima-se que mais de 90% da população adulta brasileira já tenha tido contato com o vírus. A doença costuma causar lesões cutâneas dolorosas, principalmente no tórax, pescoço ou rosto. Os sintomas incluem:
Uma das complicações mais comuns é a neuralgia pós-herpética, caracterizada por dores que persistem por mais de 90 dias após a cicatrização das lesões e que podem durar meses ou até anos. Essa condição afeta diretamente a qualidade de vida dos pacientes, dificultando atividades simples do dia a dia.
“O herpes zoster é uma doença frequentemente subestimada, mas que pode causar dor intensa, complicações graves e impacto duradouro na qualidade de vida. Muitas pessoas não sabem que o vírus da catapora pode permanecer dormente no corpo por décadas e ser reativado em momentos de fragilidade imunológica, principalmente após os 50 anos. Por isso, é fundamental ampliar a conscientização sobre a doença e a importância da prevenção”, finaliza Dr. Jessé.
É importante buscar ajuda médica sempre que houver o aparecimento de lesões dolorosas na pele, especialmente em idosos. O tratamento precoce pode reduzir o risco de complicações e acelerar a recuperação.
Ainda não. O imunizante está em análise e pode ser incorporado após a consulta pública.
Idosos a partir de 80 anos e adultos imunocomprometidos acima de 18 anos.
Na rede privada, com custo médio de R$ 800 a R$ 1.000 por dose.
Reações leves como dor no local da aplicação, febre baixa e cansaço.
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