A Anvisa autorizou testes clínicos da vacina ButanVac. Com isto, esta será a primeira vez que a vacina será aplicada em humanos. Saiba mais.
Arman Neto | 10 de Junho de 2021 às 13:00
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária, a Anvisa, anunciou nesta quarta-feira (9) que autorizou os testes clínicos em humanos da vacina ButanVac. Com isto, esta será a primeira vez que a ButanVac será aplicada em humanos.
A ButanVac é a vacina desenvolvida pelo Instituto Butantan para combater a covid-19. E segundo promete o instituto, a produção da vacina será completamente nacional, sendo a primeira neste sentido.
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Em nota, a Anvisa afirmou que “antes de iniciar a vacinação dos voluntários, o Butantan ainda apresentará algumas informações complementares sobre testes em andamento com a vacina. Logo em seguida, o Butantan deve iniciar a aplicação experimental da ButanVac”.
Ainda segundo a agência, a decisão aconteceu após uma intensa troca de informações e reunião que tinham como objetivo esclarecer todos os aspectos do estudo, assim como garantir a segurança de todos aqueles que se voluntariarem para os testes clínicos.
Conforme foi anunciado por Dimas Covas, diretor do Instituto Butatan, durante o seu depoimento à CPI da Covid, a ButanVac vem sendo produzida desde o mês de abril. Segundo ele, já existem 7 milhões de doses do imunizantes estocadas com a promessa de que 18 milhões de doses sejam entregues até julho. Até setembro, 40 milhões de doses.
O Instituto Butantan já aguardava a autorização da Anvisa desde abril. E se os estudos obtiverem resultados positivos, a ButanVac poderá ser adicionada ao Plano Nacional de Imunização.
Embora a ButanVac esteja sendo anunciada tanto pelo Instituto Butantan quanto pelo Governo de São Paulo como a primeira vacina contra a covid-19 totalmente brasileira, ela faz uso de uma tecnologia pelo Hospital Mount Sinai, de Nova York. Apesar disso, o Butantan garante que o imunizante será inteiramente produzido no Brasil.
O imunizante do Instituto Butantan utiliza vírus inativado que provoca doença em aves (sendo inofensivo a humanos), a Newcastle, como vetor. Para tanto, esse vírus, que é geneticamente modificado, é cultivado em ovos de galinha, e inativado, levando a proteína Spike do Sars-CoV-2 para as células produzirem a defesa contra o vírus. Assim é feita a vacina.
Ainda segundo Instituto Butantan, as fases 1 e 2 do teste clínico em humanos trará respostas tanto a respeito da segurança da vacina como a respeito da sua capacidade em produzir resposta imune capaz de combater a covid-19.
João Dória, governador de São Paulo pelo PSDB, comemorou a decisão da Anvisa em permitir o início dos estudos clínicos da vacina.
Por meio de suas redes sociais, Dória disse: “a Anvisa acaba de autorizar os testes clínicos com a ButanVac, a vacina do Butantan contra a Covid-19, que não depende de insumos de outros países para sua produção. O Instituto Butantan já tem 7 milhões de doses prontas da ButanVac. Grande notícia. Obrigado Anvisa!”