A gota é uma forma de artrite caracterizada por dor intensa, vermelhidão e sensibilidade nas articulações. Descubra mais sobre ela e como cuidar.
Douglas Ferreira | 4 de Julho de 2020 às 14:00
Na última década, houve muitas pesquisas sobre a gota, uma forma de artrite caracterizada por surtos de inchaço e dor intensa. Estima-se que o problema afete 2% da população mundial, mas muitos médicos estão desatualizados. “Somente 30% a 50% dos pacientes são adequadamente tratados”, diz o Dr. Pascal Richette, da Liga Europeia contra o Reumatismo.
A gota é causada pelo ácido úrico, produzido quando o corpo decompõe purinas, compostos orgânicos encontrados nas células e nos alimentos. Normalmente, o ácido úrico sai do organismo pela urina. Mas, em excesso, ele pode formar cristais afiados que se alojam numa articulação, em geral a da base do dedão do pé.
Pessoas com histórico familiar de gota têm probabilidade maior de apresentar a doença, assim como quem sofre de hipertensão ou doença renal, bebe, come muitos alimentos pesados ou toma diuréticos.
Alguns alimentos contêm mais purina do que outros. Se tiver muitos fatores de risco ou se já sofrer de gota, evite carne e bebidas alcoólicas, principalmente cerveja. Se puder, prefira, como fonte de proteína, os laticínios com baixo teor de gordura, que podem até melhorar a gota. Novas pesquisas mostram que tomar bastante água e limitar bebidas açucaradas também ajuda.
Embora as medidas dietéticas possam prevenir a gota ou reduzir o número de crises, a dor e a inflamação que já começaram só se aliviam com medicamentos como corticosteroides, colquicina ou anti-inflamatórios não esteroides. Com o tratamento oportuno, há uma boa chance de, em dois dias, você se sentir melhor.
Também há medicação para baixar o nível de ácido úrico no organismo. Esses remédios, entre os quais estão os uricosúricos e os inibidores da xantina-oxidase, podem provocar efeitos colaterais como urticária e dor de barriga. Como há chance, ainda que mínima, de reações alérgicas, o médico deve começar com uma dose baixa. Esses medicamentos ajudam a reduzir os ataques e podem até curar totalmente a gota.
“Baixar o nível de urato permite que os cristais se dissolvam”, explica o Dr. Richette. “Depois disso, o paciente não terá mais crises. No entanto, é preciso continuar o tratamento pelo resto da vida.”
Embora os pacientes com gota devam pesar os prós e contras do tratamento, indícios recentes mostram que o excesso de ácido úrico é prejudicial para os rins e o sistema cardiovascular; portanto, os benefícios vão além das articulações.
por Samantha Rideout
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