O rastreamento do vírus pelo teste RT-PCR pode conter a incidência de novos casos.
Após a confirmação do surto do vírus Marburg na Guiné Equatorial, a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) está desenvolvendo um teste RT-PCR para diagnosticar a presença do agente. O Marburg, com letalidade acima de 88%, tem gerado um grande alerta para as autoridades sanitárias.
Temendo um novo surto mundial, as pesquisas avançam na busca por meios de conter e rastrear o vírus. O teste RT-PCR em desenvolvimento pela UFRJ, por exemplo, possui resultado imediato, o que auxilia no controle de disseminação. Uma vez detectado, é possível isolar a pessoa infectada para conter o aumento dos casos. De acordo com Rodrigo Brindeiro, pesquisador do Laboratório de Virologia Molecular do Instituto de Biologia da UFRJ, as expectativas para a produção do teste são positivas:
"Nós estamos produzindo os primers [responsáveis por criar uma cópia do material genético do vírus] para fazer o teste PCR em tempo real, como o que a gente fez para a covid-19. Com isso, conseguiremos ter, em tempo recorde, o diagnóstico de qualquer caso de Marburg ou ebola que a gente receba no Brasil", afirmou Brindeiro.
Até o momento, a Guiné Equatorial, localizada na África Central, tem 11 mortes confirmadas pela OMS causadas pelo vírus. O Marburg pertence à mesma família do Ebola e sua transmissão ocorre, principalmente, no contato com secreções de morcegos ou humanos contaminados.
O Marburg tem maior capacidade de transmissão em regiões rurais e florestadas. Assim, a menor adaptação do vírus nos centros urbanos faz com que o seu avanço seja mais lento do que o ebola, por exemplo. Segundo a OMS, o período e incubação do agente viral é de 2 a 21 dias e, assim, possibilita que novos casos apareçam. Não há, por enquanto, uma vacina para o letal vírus, mas é possível tratar os seus sintomas, como a febre, dores musculares e diarreia.