O tremor essencial que afeta Djavan, Caetano Veloso e outras celebridades é considerado o transtorno de movimento mais comum do mundo.
Redação | 10 de Agosto de 2022 às 16:00
Na última terça-feira (9), em uma entrevista exclusiva ao O GLOBO, o cantor e compositor Djavan revelou que teve tremor essencial. A condição que também já afetou o cantor Caetano Veloso e outras celebridades é considerado o transtorno de movimento mais comum do mundo. Estima-se que a condição afete até 6% da população, com pequenas variações nesse número dependendo do estudo e da etnia do grupo analisado. Embora, na maioria dos casos, o tremor essencial se torne evidente por volta dos 35 a 45 anos, ele pode afetar pessoas de qualquer idade e costuma afetar mais idosos.
O tremor essencial é uma doença neurológica caracterizada por um tremor incontrolável. Os tremores geralmente ocorrem durante o movimento, em diferentes partes do corpo. As áreas mais afetadas são as mãos e braços, mas a cabeça e pernas também podem ser afetadas. Em algumas pessoas, o tremor essencial é tão incapacitante que mesmo atividades básicas como escrever, fazer a barba e segurar um copo cheio tornam-se muito difíceis.
Embora não seja uma doença fatal, o tremor essencial pode impactar negativamente a qualidade de vida. É importante destacar que o tremor essencial não é uma doença degenerativa progressiva, como Parkinson, mas pode haver piora dos tremores em pessoas idosas. Sendo assim, o tratamento médico é fundamental para preservar a saúde e o bem-estar.
Apesar de ser uma condição relativamente comum, a causa exata do tremor essencial ainda é desconhecida. No entanto, estudos apontam que pode ter uma relação genética. Isso porque, de acordo com as análises realizadas, cerca de 50% dos casos ocorreram em pessoas com histórico familiar de tremores. Isso significa que uma pessoa cujo o pai teve tremor essencial tem até 50% de possibilidade de herdar o gene responsável por causar a condição. Contudo, essa pessoa pode apresentar ou não os tremores.
O diagnóstico é feito com base no histórico familiar do paciente, no tipo de tremor apresentado e com o auxílio de exames neurológicos. Os exames são importantes para avaliar se o tremor é sintoma de outro distúrbio.
Embora não exista uma cura para o tremor essencial, há diversas opções de tratamento disponíveis. O tratamento medicamentoso é suficiente na maioria dos casos. O tremor essencial leve nem sempre requer tratamento, principalmente se não causar incapacidade ou constrangimento. Sintomas graves e incapacitantes podem ser aliviados por beta-bloqueadores ou um anticonvulsivante específico.
De acordo com o Ministério da Saúde, em casos mais graves ou que a medicação é contra-indicada, pode-se recorrer a outras alternativas como injeções de toxina botulínica (botox) em alguns nervos, a realização de sessões de fisioterapia e até mesmo cirurgia pode ser indicada.
A cirurgia consiste em destruir o tecido cerebral na região do cérebro que produz os tremores. Esse procedimento é chamado de Talamotomia e provou reduzir efetivamente o tremor em algumas pessoas. Contudo, há riscos de possíveis complicações que incluem problemas na fala, no equilíbrio e certa dormência, o que torna a cirurgia muito arriscada.
Atenção!
Ao estender os braços para a frente, a maioria das pessoas apresenta um leve tremor das mãos. Muitas vezes, esse tremor torna-se mais intenso com a idade, em momentos de estresse ou após o consumo excessivo de cafeína ou álcool. Mas tremores no corpo também podem ser sintoma de outros distúrbios, tais como hiperatividade da tireóide, doença de Parkinson e algumas doenças do cerebelo – a parte do encéfalo que controla o equilíbrio e o movimento. Sendo assim, se você perceber que algo estranho, não hesite em procurar um médico.