Quando a inflamção se trona crônica ela pode desencadear várias doenças mais sérias, como obstrução das artérias, causando infarto ou AVC.
A princípio, a inflamação é um efeito colateral do trabalho do sistema imunológico. Quando se tem um machucado ou infecção, as células e substâncias do sistema imunológico correm para o local a fim de matar germes e reparar o tecido lesionado. Você pode ver a inflamação em ação quando a pele em volta de um corte se torna vermelha e inchada. Em períodos curtos, ela é benéfica; mas, quando o corpo é constantemente atacado por inflamações – em função de infecções brandas e contínuas ou “danos” causados pelo fumo e outros fatores irritantes –, a inflamação torna-se nociva.
Quais são as causas?
A inflamação crônica pode ser deflagrada por alérgenos, toxinas e radiação, mas também por doenças como artrite reumatoide, infecções como gengivite sem tratamento adequado ou úlceras gástricas (que são causadas por infecção bacteriana), ou ferimentos microscópicos, como danos causados nas paredes das artérias pelo tabagismo, pela hipertensão arterial ou pelo colesterol alto. Aliás, outro culpado é a gordura intra-abdominal, que secreta substâncias inflamatórias. Estresse, raiva, falta de exercício e alimentação rica em fast-food e gorduras hidrogenadas também contribuem para a inflamação.
Falamos sobre gordura intra-abdominal neste artigo.
Por que é perigosa?
Ela acelera o crescimento de placas nas paredes das artérias (ateromas) e depois faz com que essas placas se tornem menos estáveis e com mais probabilidade de se romper e de bloquear uma artéria. A inflamação crônica também contribui para a resistência à insulina. Além disso, aumenta o risco de um grande número de doenças crônicas, entre elas, o diabetes, Alzheimer, doenças pulmonares, osteoporose e, até mesmo, o câncer.
Você encontrará mais detalhes nas matérias sobre resistência à insulina, diabetes, Alzheimer, doenças pulmonares, osteoporose e câncer.
Veja como acontece
1 No sangue, os níveis das substâncias inflamatórias citocinas aumentam em resposta ao fumo, às bactérias, à gordura intra-abdominal e a outros fatores estressantes para o organismo. As citocinas dão ao corpo o alerta de que algo está errado e acionam uma cadeia de eventos que causam inflamação.
2 Os leucócitos, ou glóbulos brancos, correm para o local da infecção ou ferimento – como paredes de artérias danificadas por partículas oxidadas de LDL-colesterol. Quando o LDL se aloja nessas paredes, as células do sistema imunológico o engolfam para se livrar dele. Contudo, se houver LDL em excesso, porém, os leucócitos ficam sobrecarregados. Ou seja, acumulam -se na parede das artérias e formam placas que estreitam as artérias.
3 Os leucócitos liberam mais citocinas, que destroem a camada protetora que cobre a placa. Finalmente, a placa se rompe, derramando seu conteúdo na corrente sanguínea. Um sinal de perigo enviado pelos leucócitos, chamado fator tissular, aciona uma resposta de coagulação. Se um coágulo de sangue bloquear a artéria, o resultado pode ser infarto ou AVC.
Estratégias de prevenção
Pare de fumar, pois o fumo inflama as paredes das artérias.
Coma mais peixes gordurosos, frutas e legumes, e menos frituras e gorduras hidrogenadas.
Durma pelo menos 7 a 8 horas por noite.
Exercite-se com moderação.
Trate as infecções existentes.