Reconhecer a necessidade de terapia, no começo, pode ser difícil. Mas para muitas pessoas é a solução para momentos mais conturbados.
Douglas Ferreira | 6 de Setembro de 2019 às 14:00
Reconhecer a existência de um problema é o primeiro passo para resolvê-lo. E quando o assunto é a depressão, não é diferente.
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Em 2013, Susan e o marido, Scott, estavam em um chalé afastado, perto de Victoria Beach, em Manitoba, quando o impensável aconteceu: ao entrar no quarto, a filha de Susan encontrou Scott caído no chão, inconsciente depois de sofrer um violento ataque cardíaco. Enquanto a filha ligava para a Emergência, Susan entrou em ação. “Tentei salvá-lo com RCP”, diz ela, mas não adiantou. Quando os primeiros socorristas chegaram, ele já estava morto.
O choque da viuvez repentina aos 61 anos já era difícil o suficiente, mas a dor de Susan foi agravada pela sensação de que se tivesse feito algo um pouco diferente – uma RCP melhor ou se não tivesse pedido a Scott que levantasse pedras pesadas mais cedo naquele dia – ele ainda poderia estar vivo. “Eu não conseguia me libertar do trauma”, conta ela. “Estava aprisionada.”
Finalmente, um ano depois, seu médico de família a encaminhou para uma terapeuta especializada em luto. Um relacionamento que a ajudou a começar a se curar.
Para muita gente – não apenas para quem sofreu uma perda – a psicoterapia pode ser um porto seguro durante um período difícil, ou uma parte inestimável do tratamento de um problema de saúde mental em andamento. E como o estigma associado ao fato de se tratar com um psiquiatra está desaparecendo nesta era de autocuidado e bem-estar, pessoas que nunca consideraram a possibilidade de fazer terapia antes para resolver problemas antigos ou novos podem estar curiosas o bastante para tomar a iniciativa. A pergunta é: por onde começar?