terapia de reposição hormonal é um tipo de tratamento que permite aliviar os sintomas típicos da menopausa. Confira quem pode fazer!
Julia Monsores | 30 de Março de 2021 às 13:31
Ao entrar na menopausa, as mulheres apresentam queda nos níveis de estrogênio e progesterona, dois hormônios produzidos pelos ovários e que ajudam a regular as funções do corpo. A terapia de reposição hormonal é um tipo de tratamento que permite aliviar os sintomas típicos da menopausa — como as ondas de calor, a queda de cabelo e a secura vaginal provenientes dessa queda na produção hormonal.
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A terapia, que pode ser feita por meio da aplicação de gel, adesivos ou remédios, deve ser feita sempre com acompanhamento médico, que determinará o tempo de utilização do método. Além disso, há algumas contraindicações e cuidados necessários. Para explicar melhor esse procedimento, Seleções conversou com a Dra. Evelyn Prete, ginecologista e obstetra. Confira!
Dra. Evelyn Prete: É um tratamento que envolve diversos hormônios, com várias vias de administração e de vários esquemas terapêuticos diferentes. Apesar das controvérsias, a terapia de reposição hormonal é considerada o melhor tratamento para os sintomas da menopausa, como os fogachos (calor intenso), perda de massa óssea, mudanças de humor e disfunções sexuais, muito prevalentes nessa fase.
Dra. Evelyn Prete: Qualquer mulher que tenham indicação clínica prescrita por um médico, depois de avaliação detalhada, e desde que não possua nenhuma das contraindicações a seguir:
Dra. Evelyn Prete: Há várias formas de se aplicar a terapia de reposição hormonal. Podemos utilizar apenas os estrogênios ou combiná-los com as progesteronas. Podem ser usados via oral, transdérmica (adesivo), percutânea (gel) e pela via vaginal. Estão disponíveis diversos esquemas de uso desses hormônios, podendo ser feitos de maneira contínua ou cíclica (com pausas).
Dra. Evelyn Prete: Isso vai depender de muitos fatores, como a história clínica da paciente, seu risco para câncer de mama, se possui útero ou não, entre outros. As pacientes com útero irão se beneficiar do procedimento combinando os dois hormônios (progesterona e estrogênio).
O método via oral aumenta os riscos de eventos tromboembólicos, quando comparada às outras vias, pela passagem do estrogênio no fígado. Dados, inclusive, sugerem menores riscos com a via transdérmica.
Se a paciente sofre de atrofia e ressecamento vaginal, por exemplo, ela irá se beneficiar mais da via vaginal. Então, os métodos são bem individualizados.
Dra. Evelyn Prete: Pode ser feita duas maneiras. Vai depender da necessidade de cada paciente. O tempo de tratamento é em torno de 3 a 5 anos, embora a Sobrac (Sociedade Brasileira de Climatério) defenda que não há limite máximo para uso da TH (terapia hormonal) e o seu uso prolongado deve ser individualizado.
Vale a pena ressaltar que a terapia hormonal deve ser instituída no que chamamos de janela de oportunidade, que varia, em média, até 5 anos após a menopausa. Após esse período, os riscos superam os benefícios.
Dra. Evelyn Prete: De maneira geral, há um aumento na qualidade de vida da mulher na pós-menopausa. Podemos listar os principais benefícios da terapia de reposição hormonal:
Já os principais riscos são: aumentos de chances de desenvolver câncer de mama em 3 a 5 anos e algum episódio de trombose, podendo ser grave e até fatal.
Dra. Evelyn Prete: Sim. A terapia hormonal é eficaz na redução da perda de massa óssea e reduz os riscos de fratura da pós menopausa por osteoporose. Estudos demonstram aumento significativo da densidade óssea em mulheres que fizeram o uso de terapia hormonal.
Dra. Evelyn Prete: Temos os medicamentos fitoterápicos, à base de plantas, que estimulam e aumentam os receptores de estrogênio; medicamentos moduladores dos receptores de estrogênio; medicamentos esteróides, como a tibolona; além de consumo de soja, terapia comportamental e acupuntura, que têm se mostrado ótimas alternativas à terapia hormonal.