Descubra se existe alguma forma segura de parar a menstruação.
Luana Viard | 14 de Março de 2024 às 08:00
A menstruação é um aspecto natural e inevitável da vida de muitas mulheres, mas há momentos em que pode ser conveniente ou desejável interrompê-la temporariamente. No entanto, é importante abordar essa questão com cautela e considerar os métodos disponíveis para interromper a menstruação de forma segura.
De acordo com especialistas em saúde feminina, existem algumas opções para interromper a menstruação temporariamente, mas é essencial discutir essas opções com um médico antes de tomar qualquer decisão. Vamos entender os riscos, benefícios e possibilidades de parar a menstruação.
Segundo o médico José Bento, ginecologista e obstetra dos hospitais Albert Einstein e São Luiz ao site do Drauzio Varella, ambos na capital de São Paulo, não. “A ideia de que parar de menstruar é nocivo vem de gerações anteriores, que achavam a menstruação algo importante, que funcionava como uma espécie de limpeza do organismo. Mas é preciso entender que o corpo da mulher não foi feito para menstruar e sim para engravidar. Em termos práticos, a menstruação só serve para mostrar que a mulher não engravidou naquele mês.”
De forma geral, a menstruação nada mais é do que um sinal fisiológico de que a mulher concluiu um ciclo preparatório para uma gravidez que simplesmente não ocorreu. Todos os meses, o útero se prepara para receber um embrião. Quando isso não ocorre, o endométrio, tecido que reveste o órgão, se desprende e é expelido com o sangue da menstruação.
Dra. Patrícia de Rossi, ginecologista e obstetra do Conjunto Hospitalar do Mandaqui, complementa: “Parar de menstruar pode ser uma opção para algumas mulheres. Inclusive, há problemas de saúde em que é imprescindível parar de menstruar”. Endometriose, anemia falciforme, cistos no ovário, miomas e TPM são alguns exemplos que podem requer interrupção da menstruação por tempo indeterminado.
Atualmente, o que muitas mulheres costumam fazer quando desejam interromper a menstruação (em geral por conta de algum evento social, como uma viagem, por exemplo) é emendar uma cartela de pílula anticoncepcional na outra, sem intervalo. Não há problemas nisso, desde que a mulher busque a orientação de um ginecologista, segundo o médico.
Além dos contraceptivos orais, há outras meios de interromper a menstruação, como por exemplo o DIU de levonorgestrel, que tem duração de cinco anos, os anticoncepcionais injetáveis trimestrais e os implantes contraceptivos subcutâneos, com duração de três anos.
É importante, por outro lado, discutir as implicações da escolha de parar de menstruar, até como forma de conhecer melhor o próprio organismo. A endocrinologista Elaine Frade Costa, do Hospital das Clínicas de São Paulo, explica que antes de tomar uma pílula só porque uma amiga recomendou, é preciso conversar com um especialista. Como todo medicamento, as pílulas anticoncepcionais podem ter efeitos adversos, afinal contêm hormônios artificiais cuja função é alterar o período ovulatório e menstrual. O tempo de adaptação aos medicamentos pode durar de três a seis meses e algumas mulheres podem ter dores de cabeça, irritabilidade, ansiedade e enjoos, além de pequenos sangramentos (sangramentos intermenstruais, também conhecidos como “escape”).
“Dependendo do tipo de hormônio, da dose utilizada e do tempo de uso, a interrupção da produção hormonal pode se tornar definitiva, levando à infertilidade e ao que chamamos de hipogonadismo (ausência da produção espontânea de hormônios femininos), além de aumentar o risco de desenvolver trombose e câncer de mama.”
O Doutor Drauzio Varella publicou um vídeo em seu canal no youtube explicando maiores detalhes sobre o assunto, entenda.
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