O mês de agosto é destacado pelo Dia da Infância; a Sociedade Brasileira do Trauma Ortopédico faz um alerta sobre os riscos presentes no ambiente doméstico.
Luana Viard | 22 de Agosto de 2024 às 14:10
Acidentes domésticos são frequentes e podem atingir pessoas de todas as idades. No entanto, na infância, a atenção deve ser redobrada. Segundo dados do DATASUS, de janeiro a maio de 2024, foram contabilizados 9.155 atendimentos hospitalares e 10.979 atendimentos ambulatoriais relacionados a quedas de crianças de até 12 anos.
Esses números representam uma média de 133 registros diários de acidentes domésticos envolvendo crianças. As quedas correspondem à maior parte dos acidentes domésticos. “Nos primeiros anos da infância, algumas características próprias do desenvolvimento podem influenciar as quedas. Por isso, é importante que as crianças sejam constantemente supervisionadas”, explica o presidente da Sociedade Brasileira do Trauma Ortopédico, Marcelo Tadeu Caiero. Outras causas frequentes incluem afogamentos, queimaduras e intoxicações acidentais.
O especialista também ressalta que as crianças têm uma maior predisposição a sofrer lesões. “Em algumas circunstâncias, as quedas podem ser mais nocivas para as crianças, porque a pele, os órgãos e os ossos são mais frágeis e ainda estão em desenvolvimento. Por exemplo, o crânio, que ainda não está completamente formado, não é capaz de proteger o cérebro de lesões”, explica o ortopedista.
A maior parte das fraturas envolve os membros superiores, incluindo clavícula, punho, antebraço e cotovelo. “Caso os pais testemunhem o acidente, é necessário relatar a forma como a criança caiu ou foi atingida. Com essas informações, o atendimento será melhor direcionado”, alerta Caeiro.
No dia 24 de agosto, celebra-se o Dia da Infância, uma data estabelecida pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef). Nesse contexto, a Sociedade Brasileira do Trauma Ortopédico destaca a importância de estar atento aos perigos e riscos de fraturas e lesões causadas por quedas.
É importante estar atento a certos sintomas em caso de pancadas na cabeça. “Em primeiro momento, acalme a criança e atente-se a sinais como vômitos, imobilidade em alguma parte do corpo, perda de consciência, dificuldade para andar, irritabilidade, perda de equilíbrio, olhos roxos, mudanças na respiração e sangramento no nariz ou ouvido. Se alguma dessas manifestações ocorrer, busque atendimento médico”, explicou o ortopedista.
“Já em relação às fraturas, a orientação é imobilizar a área afetada com gelo para amenizar a dor. Contudo, em casos graves, mantenha a criança na posição em que está e chame uma ambulância”, alerta.
Existem situações em que é fundamental procurar atendimento médico de forma imediata. “Quedas de bebês com menos de três meses; crianças com menos de dois anos em altura maior de um metro; crianças com mais de dois anos que tenham sofrido quedas de mais de um metro e meio; e quedas mais sérias, como a de escada”, conclui o profissional.
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