Já pensou se até mesmo em repouso, e em ambientes ventilados, o seu corpo produzisse um suor excessivo? É isso que ocorre com quem sofre com hiperidrose,
Já pensou se até mesmo em repouso, e em ambientes ventilados, o seu corpo produzisse um suor excessivo? É isso que ocorre com quem sofre com hiperidrose, condição que afeta cerca de 3% da população.
Esse suor pode ocorrer por todo o corpo ou em áreas localizadas, como axilas, mãos, pés e rosto. Há dois tipos de hiperidrose: a primária focal e secundária generalizada. Continue acompanhando para saber mais sobre essa condição, e conferir causas, sintomas e tratamentos.
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Por que a hiperidrose ocorre?
A sudorese é uma condição normal do nosso corpo. Ela ocorre como forma de regular a temperatura e eliminar as toxinas do nosso organismo. E assim, espera-se sua ocorrência em locais de altas temperaturas ou durante a prática de exercícios, por exemplo. No entanto, na hiperidrose, a sudorese ocorre mesmo sem esses fatores externos. Mas por que isso ocorre?
Segundo a Dra. Fabiana Seidl, Membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia e da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica, a hipótese mais aceita é que há uma alteração no funcionamento do sistema nervoso autônomo. E alguns fatores podem potencializar esse quadro. “Como os fatores emocionais, genéticos e atividades físicas”, explica. E acrescenta: “Os hormônios não parecem desenvolver papel importante na hiperidrose, a não ser que haja alguma doença endócrina (hiperidrose secundária)”, acrescenta.
Vale destacar que o suor excessivo também pode ser sintoma de edema pulmonar — saiba mais sobre essa doença aqui!
Tipos de hiperidrose
A médica explica que a hiperidrose pode ser classificada em primária focal e secundária generalizada.
“A primária focal possui fator genético envolvido, acomete cerca de 5% da população e caracteriza-se pelo início dos sintomas na infância ou adolescência, com queixa de suor excessivo em áreas como axila, palmas das mãos, plantas dos pés, couro cabeludo, face e virilha. Já a secundária generalizada tem início na idade adulta, caracteriza-se por produção de suor em excesso em todo o corpo, inclusive durante o sono, e está associada a alguma doença ou como efeito colateral de medicação”, detalha.
Apesar de incômoda, de acordo com dados da Sociedade Brasileira de Dermatologia menos de 40% dos pacientes com essa condição consultam um médico.
“Os estudos mais recentes demonstram que homens e mulheres são igualmente afetados com o suor excessivo. A diferença é que as mulheres procuraram mais o tratamento, principalmente quando a hiperidrose é axilar”, acrescenta a Dra. Fabiana.
Tratamentos
Embora não tenha cura, atualmente já existem alguns tratamentos para a hiperidrose, que podem ser feitos com uso de desodorantes específicos ou até mesmo cirurgias.
“Para tratar a hiperidrose, em primeiro lugar precisamos determinar se existe alguma doença ou medicamento que esteja precipitando essa condição, já que o tratamento será direcionado para a causa base”, alerta a médica.
“Nos casos de hiperidrose primária focal podemos utilizar desodorantes antitranspirantes à base de sais de alumínio para os casos mais leves. Particularmente, gosto muito do tratamento com toxina botulínica para os casos de hiperidrose focal moderada, podendo ser utilizada nas mãos, pés, axilas e couro cabeludo com ótimos resultados, porém com duração de 6 a 9 meses sendo necessário manter as aplicações nesses intervalos.
Para os casos mais graves, que não respondem a tratamentos clínicos, pode ser necessário realizar um tratamento cirúrgico. No entanto, deve-se fazer uma avaliação minuciosa antes de optar por ela.
“Essa cirurgia, chamada de simpatectomia torácica endoscópica, geralmente é indicada para hiperidrose palmoplantar. Porém possui como inconveniente o risco de vir a desenvolver hiperidrose compensatória em outra parte do corpo. Assim, todos os tratamentos devem ser avaliados em termos de riscos, custos e benefícios junto ao médico assistente”, detalha Dra. Fabiana.
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* Dra. Fabiane Seidl (CRM RJ 5287852-9) é dermatologista com residência em Clínica Médica pela UERJ, título de Especialista pela Sociedade Brasileira de Dermatologia e Membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia e da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica.