Setembro é o Mês da Prevenção ao Suicídio e a camapanha Setembro Amarelo busca lançar luz sobre o tema e evitar o aumento das estatísticas.
Nunca se debateu tanto sobre saúde mental como nos últimos anos. Apesar de muitas pessoas banalizarem as questões emocionais e mentais, campanhas como Setembro Amarelo buscam conscientizar a população sobre a seriedade do assunto.
Desde 2014, o mês de setembro é o Mês da Prevenção ao Suicídio, uma iniciativa da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) em parceria com o Conselho Federal de Medicina (CFM). Além de conscientizar sobre o tema, o principal objetivo da campanha é prevenir e reduzir o número de casos.
A última pesquisa realizada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre o assunto, foi em 2019. Os resultados apontam para mais de 700mil suicídios por ano no mundo. Se contarmos os subnotificados, o número sobre para mais de 1 milhão.
Aqui no Brasil são registrados cerca de 14 mil suicídios por ano, ou seja, temos uma média diária de 38 suicídios. Ademais, a pesquisa informa que no país, as taxas de suicídio são 12,6% por cada 100 mil homens. Número alto, quando comparado com os 5,4% por cada 100 mil mulheres.
Setembro Amarelo: entender para prevenir
Para prevenir novos casos, é fundamental conhecer os fatores que podem levar ao suicídio e também reconhecer possíveis sinais de que uma pessoa possa estar em risco.
Segundo a OMS, a maioria dos casos está relacionada a transtornos psicológicos não diagnosticados ou tratados incorretamente. Mas é necessário compreender que nem toda pessoa com transtornos psicológicos irá, necessariamente, atentar contra a própria vida. Os dados apontam apenas que, nos casos notificados, foi identificada relação com distúrbios mentais.
Por esse motivo, o acompanhamento psicológico ou psiquiátrico é imprescindível em casos de problemas de saúde mental para o tratamento adequado, caso a caso.
No entanto, os transtornos psicológicos não são as únicas causas possíveis. Há uma complexa interação entre fatores psicológicos, biológicos, genéticos, culturais e até socioambientais que podem servir de gatilho emocional.
Segundo a cartilha da campanha Setembro Amarelo, estes são alguns dos sinais de alerta:
- Histórico pessoal: a tentativa prévia é considerada o principal fator de risco.
- Ideação suicida: comentários que demonstrem sensação de desespero, desamparo ou falta de esperança.
- Estressores recentes: separação, falência, perda de emprego, perda de ente querido, migração, entre outros.
- Eventos adversos na infância ou na adolescência: ter sofrido abuso físico ou psicológico e falta de apoio social também são considerados fatores de riscos.
- Presença de outras doenças: doenças crônicas são fatores de risco, especialmente neoplasias em fase terminal.
Além disso, é importante ficar atento a sinais que sugiram despedidas, como cartas, bilhetes, ligações ou mensagens em redes sociais.
Comportamentos impulsivos provocados por eventos negativos e comentários que indiquem profunda infelicidade e descontentamento com a vida também devem ser observados.
Saiba onde encontrar ajuda
Como sugere o lema da campanha, é preciso agir. Suicídios podem ser evitados e a ação é essencial para a prevenção de novos casos. Reconhecer a existência do problema é o primeiro passo, mas procurar ajuda especializada é o que salva vidas.
Um importante canal nesta luta é o Centro de Valorização da Vida (CVV), que oferece apoio emocional gratuito na prevenção do suicídio, por telefone, e-mail ou chat, 24 horas por dia. Para contato por telefone, ligue 188.
Outra opção são as redes de psicólogos que oferecem atendimento gratuito — presencial e on-line — em diversas regiões do país. Em São Paulo, há o Instituto Gerar que lidera o projeto Varandas Terapêuticas e o Coletivo Psicanálise na Rua – São Carlos.
Em diversas cidades, há a rede CAPS (Centro de Atenção Psicossocial), que são unidades para o acolhimento de pessoas com problemas de saúde mental. Há unidades espalhadas por diversos estados e você pode encontrar a lista completa com telefones e endereços no site da prefeitura da sua cidade.
Para quem pode pagar, há plataformas, como o Zenklub e Vittude, que oferecem terapia on-line por diferentes preços. Há ainda psicólogos autônomos que migraram para a Internet devido à pandemia.
Por fim, o site oficial da campanha Setembro Amarelo oferece materiais gratuitos para download, como uma cartilha com informações mais detalhadas sobre causas, fatores de ricos e métodos de prevenção.
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