Entenda a importância da vacinação e como são feitas as vacinas, seu processo de testagem e efeitos no corpo humano.
Thaís Garcez | 13 de Janeiro de 2021 às 11:00
A pandemia de Covid-19 mudou completamente nossa rotina nos últimos 10 meses. Enquanto praticamos o distanciamento social, o uso de máscara e de álcool em gel, sonhamos com a hora de voltar à vida normal. Mas junto com a esperança podem surgir medos e dúvidas sobre como são feitas as vacinas.
Entenda melhor como elas surgiram e quais os processos que os pesquisadores precisam passar até seus imunizantes serem aprovados.
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A primeira vacina que se tem conhecimento data do século XVIII. Naquela época, o médico britânico Edward Jenner realizou experimentos injetando secreções de pessoas doentes em pessoas saudáveis. Como resultado, Edward percebeu que as pessoas desenvolviam a doença de formas mais brandas, ganhando imunidade.
Então, partindo do mesmo princípio, depois de mais alguns estudos, ele desenvolveu a primeira vacina registrada na história, a vacina contra a varíola. E, graças a essa descoberta, em maio de 1980, a varíola tornou-se a primeira doença a ser erradicada no mundo todo.
No Brasil, as vacinas obrigatórias, de acordo com o Programa Nacional de Imunizações (PNI), são destinadas às crianças e aos adolescentes. A imunização começa no dia do nascimento. Ainda na maternidade, os recém-nascidos recebem as vacinas BCG e Hepatite B.
Depois, precisam tomar as seguintes vacinas:
Os pais que se recusarem a vacinar seus filhos podem sofrer uma multa de 3 a 20 salários mínimos. Caso voltem a se recusar, outra multa pode ser aplicada no mesmo valor da primeira. Para saber mais, clique aqui!
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Além disso, se uma criança ficar doente ou até mesmo morrer por uma doença que poderia ser evitada por vacina, os responsáveis podem ser indiciados por homicídio culposo; podendo pegar uma pena de 1 a 3 anos de prisão.
Vacinas são feitas a partir de componentes do próprio vírus que gera a doença a ser combatida. Essas pequenas partes do vírus são enfraquecidas ou completamente inativadas. Depois de injetadas no ser humano, o sistema imunológico cria anticorpos para combater aquele vírus, protegendo o corpo de futuras infecções.
Em alguns casos, como o do vírus da gripe, são necessárias novas versões do imunizante de tempos em tempos. Isso ocorre porque os vírus estão sempre sofrendo mutações, fazendo com que as vacinas tenham que ser atualizadas.
Primeiramente, os pesquisadores identificam o vírus e trabalham para transformá-lo em uma versão menos perigosa para os humanos. Em seguida, são conduzidos testes em animais para confirmar a segurança da vacina. Só então começam os testes em humanos.
Essa nova etapa do processo é dividida em 3 fases. Na primeira, a segurança do produto é testada em uma amostra de 20 a 80 voluntários. Terminada a primeira fase, a vacina é testada em mais algumas centenas de pessoas, para comprovar sua segurança e começar a observar sua eficácia.
Em sua última fase, a vacina é testada em milhares de voluntários, principalmente os que fazem parte do grupo de risco. Só depois de finalizar esse processo a vacina pode ser apresentada aos órgãos regulatórios de cada país para ser aprovada.
A vacina Pfizer, desenvolvida em parceria com a empresa BioNTech, usa uma tecnologia inovadora, diferente da usada pela maioria das vacinas. O imunizante é produzido por meio do RNA mensageiro, ou seja, um ácido nucleico presente no nosso organismo que codifica as proteínas da célula.
Os vírus se multiplicam utilizando os mecanismos de nossas células. Portanto, através do RNA mensageiro, as células recebem instruções para replicar o vírus. No caso da vacina, essas instruções são para criar proteínas que ficam na parede dos vírus.
Essa pequena parte criada já é suficiente para o organismo produzir anticorpos e gerar imunidade. Vale dizer que não há nenhuma chance das vacinas de RNA causarem mutações, uma vez que o RNA é lido no citoplasma da célula, e não no núcleo, onde fica o DNA.
Sendo assim, é possível afirmar que a erradicação e o controle de uma doença por meio da vacinação é a forma mais segura que existe. E com o passar dos anos e os avanços tecnológicos da medicina, elas serão ainda mais eficientes e necessárias.