Saiba como o peso pode interferir na gravidez

Seu peso pode afetar a gravidez. Então, faça o pré-natal regularmente e alimente-se bem durante a gestação. O peso deve estar de acordo com a gestação.

Redação | 12 de Dezembro de 2019 às 17:00

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A Organização Mundial da Saúde (OMS) define o sobrepeso e a obesidade de acordo com o índice de massa corporal (IMC). Esse índice é calculado matematicamente: o peso em quilogramas dividido pela altura ao quadrado indica o risco de comorbidade.

Baixo peso: < 18,5 Baixo (mas aumenta o risco de osteoporose, anemia, amenorreia, infertilidade)
Faixa normal: 18,5-24,9 Médio
Sobrepeso (pré-obeso): 25,0-29,9 Discretamente aumentado
Obesidade: ≥ 30
Classes:
1: 30,0-34,9 Moderado
2: 35,0-39,9 Alto
3 (obesidade mórbida): ≥ 40 Muito alto

Mito e Fato

Mito: Posso engordar na gravidez… É para o bebê!

Fato: Na verdade, no primeiro trimestre o ganho de peso é mínimo porque o feto é muito pequeno. O que aumenta é o peso do útero e o volume sanguíneo. Se você tinha um peso adequado ao engravidar, o ideal é que engorde de 9 kg a 14 kg até o parto.

Gravidez com sobrepeso ou obesidade

Segundo o ACOG (American College of Obstetricians and Gynecologists), mais de 50% das gestantes nos EUA têm sobrepeso ou obesidade e 8% das mulheres em idade fértil apresentam obesidade mórbida. A obesidade reduz a fertilidade e aumenta substancialmente o risco de complicações durante a gravidez.

Como a obesidade pode interferir na fertilidade?

A obesidade inibe a ovulação normal. Além disso, afeta o desfecho da fertilização in vitro (FIV). Quanto maior o índice de massa corporal, maior é a taxa de fracasso da FIV.

É verdade que muitas mulheres com muito peso, na gravidez, têm deficiência de vitaminas?

Infelizmente é verdade, cerca de 40% têm deficiência de ferro, 24% têm deficiência de ácido fólico e 4% têm deficiência de vitamina B12. Se querem engravidar, elas devem realizar o pré-natal porque o ácido fólico, por exemplo, é extremamente importante antes da concepção e durante a gravidez pois reduz o risco de ocorrer no feto defeitos do tubo neural (anencefalia, mielomeningocele ou espinha bífida).

O que posso fazer para aumentar as minhas chances de ter uma gravidez sem problemas e um bebê saudável?

O fundamental é fazer uma boa avaliação médica antes de engravidar. Além de detectar quaisquer possíveis carências de vitaminas e/ou de ferro, seu médico pode encaminhá-la a uma nutricionista para perder peso e a um programa de condicionamento físico.

É verdade que o risco de complicações é maior nas gestantes obesas?

Sim. As gestantes obesas correm maior risco, por exemplo, de asma e apneia do sono do tipo obstrutivo. O risco de hipertensão arterial, diabetes gestacional e pré-eclâmpsia também aumenta muito.

Há evidências de que as gestantes com muito peso, na gravidez, apresentam uma taxa mais elevada de prematuridade por causa de condições como pré-eclâmpsia. Há alguns anos já se sabe que o risco de defeitos do tubo neural (por exemplo, anencefalia, meningomielocele) em fetos de mulheres obesas é quase o dobro do das mulheres com peso normal antes da gravidez.

O sobrepeso e a obesidade durante a gravidez podem causar problemas para o bebê?

Sim. Existe um risco aumentado de prematuridade, natimortos,
defeitos do tubo neural, macrossomia (peso do feto a termo
acima de 4 kg a 4,5 kg), entre outros. Além disso, a obesidade
dificulta o diagnóstico de anormalidades pela ultrassonografia.

E depois do parto?

Uma das principais atenções é quanto ao risco de tromboembolia venosa após cesariana. É muito importante incentivar a alta hospitalar dois dias depois da cirurgia nessas pacientes.

É verdade que as mulheres com sobrepeso e obesidade têm mais leite?

Não. Na verdade, o leite demora mais tempo para descer, e, muitas vezes, a puérpera tem dificuldade para posicionar o bebê ao peito. Há estudos que comprovam o abandono precoce do aleitamento.

Leia aqui sobre a importância do aleitamento materno para o bebê.