Muitas águas engarrafadas não contém flúor. Se você bebe eclusivamente água engarrafada, veja no rótulo qual a respectiva composição.
Elen Ribera | 27 de Fevereiro de 2020 às 12:00
Fluoreto, mais conhecido como flúor, é comprovadamente eficaz no combate às cáries. No princípio da década de 1930, descobriu-se que as pessoas que viviam em zonas onde a água potável continha elevados teores de fluorite (mineral de ocorrência natural que, quimicamente, é cloreto de cálcio) sofriam menos de cáries do que as outras. Hoje em dia, é um ingrediente comum nas pastas de dentes, enxaguantes bucais e tratamentos dentários. Além disso, em alguns países, a água da rede de distribuição é previamente fluoretada.
Contudo a adição do mineral à água da rede de distribuição de uma comunidade continua controversa, porque alguns especialistas temem que o consumo de grandes quantidades de fluoreto possa ser perigoso.
Quando usado topicamente em pastas de dentes, consultórios e tratamentos dentais, o flúor protege e fortalece o exterior dos dentes, tornando-os mais resistentes ao desgaste. Ingeri-lo – o fluoreto é um ingrediente natural em muitos alimentos e pode ser tomado sob a forma de suplemento – é igualmente benéfico. Fortalece os dentes em formação (nas crianças pequenas) e ajuda a proteger contra a cárie em todos os grupos etários. Os estudos indicam ainda que o fluoreto, ingerido nas quantidades adequadas, pode ser útil no tratamento da osteoporose.
O consumo excessivo de fluoreto pode causar fluorose dental, que é uma situação essencialmente estética caracterizada por dentes manchados e descolorido. Além disso, o flúor pode afetar as pessoas com problemas renais que façam diálise. Por esta razão, os doentes devem ser aconselhados a não beber água fluoretada.
A ingestão de uma grande quantidade de flúor (ocorrência rara) pode provocar enjoos, vômitos, diarreia e dores abdominais. Continuam os estudos sobre os seus possíveis efeitos a longo prazo, mas a hipótese de que o fluoreto na água potável possa causar câncer ou outras doenças graves nunca foi comprovada em ensaios.
Embora o público esteja relativamente a salvo de quantidades tóxicas, considera-se que o teor máximo aceitável de flúor na água canalizada é de 1,5 mg/l, ou 1,5 partes por milhão. As origens de água (superficiais) para produção de água para abastecimento humano têm geralmente, ao menos no Brasil, pouca quantidade de flúor. A fluoretação da água aumenta a concentração do flúor encontrado naturalmente. Os valores ideais estão entre 0,7 e 1,2 partículas por milhão. Embora a legislação de 1974/75, apenas quarenta por cento dos brasileiros recebem água fluoretada.
Alguns cuidados devem ser tomados em relação ao flúor e às crianças muito pequenas. Não é recomendável que crianças sistematicamente engulam pasta de dentes com flúor, pois, se isto ocorrer por anos a fio, a ingestão poderá causar fluorose dentária. O volume ideal de pasta de dentes na escova deve ser de 0,5 cm ou menos, em função da idade da criança.
Nunca dê enxaguantes bucais fluoretados a uma criança menor de seis anos, pois ela pode engoli-los.
Se o seu trabalho implicar processos industriais que emitam fluoreto de hidrogênio, saiba que a exposição a este composto e a outros fluoretos transportados no ar pode irritar gravemente o trato respiratório, a pele ou os olhos. Fale com o seu médico.
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