Estudos apontam que cerca de 29% das mulheres em todo o mundo tomam remédios para dormir. Mas será que eles são realmente necessários?
Douglas Ferreira | 13 de Agosto de 2021 às 19:00
Os remédios para dormir se tornaram meio de vida para um surpreendente número de mulheres que tentam sobreviver e competir no mundo de hoje. Sejam elas cozinheiras com uma família de cinco pessoas para sustentar, executivas responsáveis por empresas multimilionárias ou enfermeiras de UTI.
O fato é que as mulheres estão trabalhando mais do que nunca. Infelizmente, o sono é uma das coisas que não costumam entrar no pacote desse novo estilo de vida.
O problema é que, como existe uma diversidade de auxiliares para o sono –benzodiazepínicos, não benzodiazepínicos, agonistas de melatonina e até antidepressivos e anti-histamínicos –, cada um com seus níveis de potência e seus efeitos colaterais específicos, é importante encontrar aquele que funcione melhor para você.
“Os remédios para dormir podem ser muito benéficos”, afirma o Dr. Lawrence J., diretor dos centros de saúde filiados à Universidade de Harvard. “Geralmente são mais vantajosos para as pessoas com problemas passageiros.”
Quando você perde um ente querido, é demitida, está passando por um divórcio tumultuado – eis os casos em que remédios para dormir podem ajudar. Apenas por uma noite ou duas até que você volte a se estabilizar.
Infelizmente, não é assim que a maioria faz uso deles. Estudos mostram que a maior parte das pessoas que tomam remédios para dormir continua fazendo uso deles por dois anos. E um terço mantém o uso por cinco anos. “As pessoas querem uma solução rápida em vez de uma solução definitiva”, explica o Dr. Epstein.
Existem outras maneiras simples de diminuir a insônia e induzir o sono. Ir dormir todos os dias no mesmo horário e só permanecer na cama quando estiver com sono, por exemplo, são poderosas estratégias.
Além disso, estudos mostram que a terapia cognitiva comportamental (TCC) é tão eficaz quanto um remédio para dormir, além de seus efeitos durarem por muito mais tempo.
As quatro coisas mais importantes que você e seu médico precisam saber sobre os remédios para dormir são
1. com que rapidez começam a funcionar;
2. qual a duração do efeito;
3. quais os efeitos colaterais;
4. se há ou não interação com qualquer outro medicamento que você esteja usando.
Caso você tenha problemas para pegar no sono, qualquer remédio que usar deverá funcionar logo e cessar rapidamente seu efeito, diz o Dr. Epstein.
Se o seu objetivo é prolongar o sono ou se você acorda ao raiar do dia, o medicamento que tomar deverá durar a noite toda, mas não tanto tempo a ponto de você acordar ainda sonolenta.
Os remédios para dormir mais comuns são os da família dos benzodiazepínicos. Eles basicamente apagam você, e alguns também reduzem a ansiedade e convulsões.
Um segundo grupo de remédios para dormir é formado pelos não benzodiazepínicos. Eles fazem você dormir depressa, mas seus efeitos não duram muito tempo.
Outro grupo popular é o dos agonistas da melatonina. Seus efeitos são mais leves, e eles têm como objetivo melhorar a qualidade do sono ao diminuir o número de vezes que se desperta durante a noite. Saiba mais sobre a melatonina, o hormônio do sono, aqui!
A classe de remédios para dormir mais comumente prescrita é a dos antidepressivos ou anti-histamínicos. Cerca de 25% das mulheres que usam remédios para dormir optam por medicamentos à base de difenidramina. “Eles alteram o nível de histamina no cérebro, o que pode deixar as pessoas sonolentas”, diz o Dr. Epstein. “No entanto, não há dados sobre sua eficácia, e provavelmente eles têm ainda mais efeitos colaterais que os benzodiazepínicos. Homens com problemas na próstata, por exemplo, não podem fazer uso deles.”
É claro que os remédios para dormir só devem ser tomados após uma consulta minuciosa com o seu médico. Caso não seja indicado para você, tente uma alternativa natural, como o chá de valeriana; um ótimo calmante natural.