O antiviral Remdesivir foi aprovado pela Anvisa para combater o Covid-19 em pacientes. No entanto, a OMS discorda deste uso.
Na manhã da última sexta-feira (12), a Agência Nacional de Vigilância Sanitária do Brasil (Anvisa) aprovou o uso do primeiro medicamento específico contra Covid-19: o antiviral Remdesivir, cuja grafia também pode variar para Rendesivir.
De acordo com Gustavo Mendes, gerente geral de Medicamentos e Produtos Biológicos da Anvisa, o Remdesivir apresenta eficácia contra Covid-19 e pode vir a ser utilizada nos hospitais para o tratamento da doença.
O objetivo do Remdesivir é reduzir a quantidade de vírus dentro do organismo de uma pessoa já contaminada, impedindo que ele se multiplique. Isto ocorre através da interferência na enzima RNA polimerase dependente de RNA, que tem o poder de interferir no processo de replicação do vírus.
Desta forma, o Remdesivir não funcionaria como um tratamento precoce contra a Covid-19, ou mesmo como uma forma de evitar a hospitalização. Seu funcionamento ocorreria no sentido de que, uma vez hospitalizado, o paciente tomasse o remédio e, assim, precisasse passar menos tempo internado.
OMS desaconselha o uso de Remdesivir como remédio contra Covid-19
No entanto, de acordo com publicação feita pela Organização Mundial de Saúde (OMS) na revista médica britânica BMJ feita em novembro de 2020, o uso do Remdesivir não é recomendado.
Para a organização, a partir de dados baseados em ensaios clínicos com mais de 4 mil pessoas para diferentes tratamentos contra Covid-19 e em revisão de evisdências, o Remdesivir não apresenta resultados significativos na taxa de mortalidade de pacientes que contraíram o vírus.
Também segundo a OMS, não é possível comprovar a eficácia do Remdesivir em relação a outros resultados importantes para os pacientes, como o tempo para melhora clínica ou a necessidade de ventilação mecânica.
Além disso, o custo do tratamento com o Remdesivir seria bastante elevado, sendo de em média, 3 mil dólares, isto é, quase 20 mil reais. O fato de que o medicamento precisa ser tomado por via intravenosa também deveria ser levado em consideração, visto que há cada vez menos recursos disponíveis nos hospitais brasileiros.