As epidemias vez ou outra assolam a humanidade e mudam hábitos, estabelecem etiquetas sociais e cuidado com o contágio, como agora com o novo coronavírus,
O novo coronavírus Sars-CoV-2 já infectou mais de 1 milhão de pessoas e matou mais de 51 mil em poucos meses; sua ocorrência foi oficialmente informada pelas autoridades chinesas em dezembro de 2019.
Gripe A (H1N1)
Para comparação, a última pandemia mundial, da gripe A (H1N1), popularmente conhecida como gripe suína, matou cerca de 18 mil em um período maior, entre 2009 e 2010, segundo balanço da Organização Mundial da Saúde (OMS).
O vírus influenza H1N1 apresentava menor transmissibilidade e menor letalidade que o vírus da Covid-19. Também havia dois antivirais, um deles o Tamiflu, que se mostraram efetivos no combate à epidemia de H1N1.
Na época do surto de H1N1, o Ministério da Saúde registrou quase 60 mil casos e pouco mais de 2.000 mortes no Brasil.
A gripe espanhola
Outras epidemias mais antigas, porém, deixaram um rastro de destruição muito maior. A gripe espanhola, em 1918, dizimou 75 milhões de mortos.
Um dos elementos-chave por trás de seu impacto é que ela parece ter sido mais grave quando infectava adultos jovens e saudáveis. Enquanto outras formas da doença tendem a produzir mortes de bebês, idosos e pessoas com sistema imune mais debilitado.
Há boas razões para acreditar que parte dessa violência contra jovens saudáveis tem relação com a chamada tempestade de citocinas, uma reação descontrolada do sistema imune à presença do invasor. Fragilizados pelo vírus, os pulmões dos doentes também podiam sucumbir a infecções bacterianas, e há ainda relatos da época que falam em hemorragias no nariz, nos ouvidos e no sistema digestivo.
O avanço devastador do vírus (um tipo de influenza A H1N1, tal como o da gripe de 2009) foi facilitado pela falta quase total de imunidade natural das populações do planeta e pelo confinamento de jovens em quartéis e campos de batalha durante a Primeira Guerra, uma população aglomerada e sem anticorpos era um campo fértil para a doença.
Fazendo uma comparação
A comparação de outras epidemias com a pandemia da Covid-19, porém, precisa ser feita com cautela. Se ainda hoje ocorre a subnotificação nos casos do novo coronavírus, os dados de doenças do passado não eram muito confiáveis.
Peste de Atenas, Grécia, 429 a.C.
Talvez uma forma de tifo, a peste teria levado à morte até 100 mil pessoas.
Peste de Justiniano (provavelmente peste bubônica), 541 d.C.
Teria matado até 50 milhões de pessoas (40% da população da bacia do Mediterrâneo).
Peste negra, 1346
Até 200 milhões de pessoas foram dizimadas na Europa, na Ásia e no norte da África. A patologia recebeu este nome por conta do aparecimento de manchas negras no corpo. O nome, no entanto, é popular; o termo médico é Peste Bubônica.
Doenças infecciosas em 1492
Colombo chega às Américas; doenças trazidas pelos europeus podem ter eliminado 90% ou mais da população indígena original.
Grande Praga de Londres, 1665
Estimativas apontam que ela deixou 100 mil mortos na capital inglesa.
Primeira pandemia de Cólera, 1817
Espalha-se da Índia para países asiáticos, africanos e para a bacia do Mediterrâneo, matando centenas de milhares de pessoas.
Gripe Espanhola, 1918
Pode ter matado 75 milhões de pessoas no mundo todo.
AIDS, dos anos 1960 ao presente
Doença se espalha pelo mundo, matando cerca de 30 milhões de pessoas ao longo de várias décadas.
H1N1, 2009
Vírus H1N1, da gripe, mata cerca de 18 mil pessoas na pandemia de 2009 a 2010.
Ebola, 2013-2016
Ebola leva à morte mais de 11 mil pessoas na África Ocidental.