A raiva humana é uma doença praticamente letal e precisa ser tratada com muito cuidado. Confira quais são os sintomas e como é feito o tratamento.
Yulli Dias | 28 de Agosto de 2020 às 20:00
A raiva é uma doença causada por um vírus que ataca mamíferos, como cachorros e gatos, por exemplo, e até mesmo o homem. Ela é transmitida através da saliva dos animais, seja através de lambidas, arranhões ou mordidas, tendo essa última o índice maior de contaminação.
Em pesquisa divulgada pelo Ministério da Saúde, no período de 2010 a 2020, 38 casos de raiva humana foram registrados no Brasil, sendo que, em 2014, não houve nenhum.
O estudo aponta que dos 38 casos registrados nove tiveram o cão como animal agressor, quatro casos foram transmitidos por felinos, vinte foram por morcegos, quatro foram causados por primatas não humanos e em apenas um dos casos não foi possível identificar o animal agressor.
A raiva tem uma letalidade de, aproximadamente, 100%, sendo considerada uma doença grave e por isso é importante ficar atento às medidas de prevenção.
O vírus pode ficar encubado desde dias até anos, segundo o Ministério da Saúde, tempo que pode ser variável de acordo com as espécies. No ser humano, é uma média de 45 dias, podendo ser mais curto em crianças. O tempo de incubação é determinado pela localização, extensão e profundidade do tipo de contato que se teve com o animal infectado.
Já em animais, como cães e gatos, o vírus é expelido através da saliva em uma média de 2 a 5 dias, antes do aparecimento de sintomas, e persiste por todo o tempo da doença. Entre 5 e 7 dias após os sinais clínicos aparecerem, o animal acaba morrendo.
Após o período de incubação do vírus, os sintomas começam a surgir e duram, em média, de 2 a 10 dias. De acordo com o Ministério da Saúde, durante esse período, pode-se apresentar:
Além desses, também é possível surgir sintomas mais graves, como:
Apesar das alucinações, o paciente se mantém consciente durante a evolução da doença até a chegada do coma ou evolução ao óbito. A média entre a aparição dos sintomas e o falecimento é, em geral, de 2 a 7 dias.
Lembrando que, para que o diagnóstico seja feito da melhor maneira possível, é importante procurar a ajuda de um médico ou de uma Clínica da Família.
O tratamento da raiva pode ser feito de duas formas, pré e pós-exposição, com o auxílio da vacina antirrábica, específica para a doença. Existe, ainda, um protocolo para quem não fez o uso da vacina após exposição ao vírus, em que o paciente é induzido ao coma profundo, além de fazer o uso de antivirais e outros medicamentes específicos.
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Vacina antirrábica pré-exposição:
No cenário de pré-exposição, a vacina é indicada para profissionais que trabalham em áreas de risco de contaminação, como:
Em casos específicos, como o de turistas que viajam para áreas onde a doença não foi controlada, o médico pode avaliar e ver se é necessário o uso da vacina pré-exposição.
Em casos de contaminação com o vírus da raiva, principalmente ao ter contato com a saliva de animais de rua, por exemplo, é necessário que o local do ferimento seja limpo com água corrente e sabão ou detergente. De acordo com o Ministério da Saúde, “essa conduta diminui, comprovadamente, o risco de infecção”.
Após esse procedimento, é necessário se consultar com um médico para que o ferimento seja avaliado, além das características do animal, para ver a necessidade da aplicação da vacina.
Em casos de mordidas por animais domésticos que são vacinados, não é preciso fazer o uso da vacina como primeiro tratamento, mas é necessário que o animal fique em observação por 10 dias. Caso algum sintoma apareça, vá direto ao médico.