Fez um piercing ou passou por uma intervenção cirúrgica e surgiu alguma bolinha ou cicatriz anormal? Isso pode ser queloide. Leia aqui.
Marina Estevão | 6 de Dezembro de 2021 às 14:00
Fez um piercing, brinco ou passou por uma intervenção cirúrgica e surgiu alguma bolinha ou cicatriz anormal? Isso pode ser queloide.
O queloide é uma alteração no tecido cicatricial após uma intervenção na pele. Ele acontece devido a uma alta concentração de proteína (colágeno) no processo de cicatrização da pele. Surge com mais frequência em pessoas com a pele mais pigmentada.
Segundo a Sociedade brasileira de dermatologia, os queloides podem ocorrer em 5% a 15% das feridas cirúrgicas. No geral, a pele fica mais grossa e endurecida. A boa notícia é que essa condição não causa nenhum dano à saúde, porém pode gerar dor, ardência, coceira, leve sensação de queimação e perda de sensibilidade.
Além disso, o queloide pode retornar mesmo se for removido por cirurgia. Isso acontece porque, sem tratamento, os fatores que geraram o primeiro queloide ainda estão ativos.
O queloide surge através de um traumatismo, corte ou cirurgia. Pode ocorrer por causa de furos de brinco, piercings, acne severa ou queimadura. Em outros casos pode aparecer em feridas de catapora ou meningite, após a doença ter passado.
Há pessoas que, em condições raras, desenvolvem o queloide sem haver ferimentos. Esses queloides são chamados de “espontâneos”.
O queloide não se forma imediatamente após a cicatriz. Ele demora entre 3 a 4 semanas para aparecer, e em alguns casos surge somente após 3 a 4 meses.
As áreas mais afetadas são as áreas do tórax, do colo, do pescoço anterior, ombros e braços. Também pode ocorrer queloide na orelha e no nariz devido ao uso de piercing nessas regiões.
Existem alguns tratamentos para que podem auxiliar a minimizar e prevenir o surgimento de queloides. Fatores genéticos, além de tamanho da cicatriz, origem e local devem ser levados em consideração antes de se escolher o melhor método.
Se o paciente já possui histórico de queloides, é sensato evitar a colocação de piercings em lugares visíveis, pois o cuidado e a higienização precisam ser redobrados.
Pomadas: Existem algumas pomadas para queloide, que ajudam na prevenção. Outras são pomadas cicatrizantes, que ajudam na resposta da pele para obter uma melhor cicatrização.
Remoção cirúrgica: Em muitos casos a cirurgia pode se tornar o único meio de tratamento, mas é importante estar atento pois o queloide pode voltar a aparecer. A melhor opção é remover uma parte da lesão e evitar avançar para partes saudáveis da pele, para evitar gerar outra cicatriz.
Radioterapia: A radiação pode ser feita de forma isolada (para reduzir o tamanho do queloide) ou de forma combinada, após a cirurgia, para evitar a volta do queloide.
Roupas de compressão: É uma boa opção para pacientes com uma extensa lesão. As roupas de compressão ajudam a diminuir a vascularização e, assim, dificultam o surgimento das lesões.
Injeções: Injeções de corticoide podem ser aplicadas para amenizar os queloides. O uso desse tipo de injeção pode evitar que as lesões fiquem muito extensas e ajuda a deixá-las mais planas. A aplicação pode ser feita a cada 1 ou 2 meses.
Uma outra técnica combinada com o corticoide é a aplicação de nitrogênio líquido sobre a pele antes da injeção. Isso faz com que o paciente sinta menos dor e deixa a cicatriz mais mole, tornando a injeção mais fácil.
Gel de silicone: A aplicação de gel de silicone, principalmente de forma precoce, ajuda a melhorar a aparência das cicatrizes. O uso deve ser diário (durante 2 ou 3 meses) e a melhor opção é a lâmina ou placa de gel de silicone, pois gera os melhores resultados.
Fluorouracil: Esse medicamento é usado em alguns tipos de câncer e pode ser introduzido no tratamento contra queloide pois possui bons resultados, principalmente se combinados com corticoide ou o laser.
Laser: Existem 4 tipos de tratamentos com laser para cicatrizes:
O laser é indicado em casos de falha de outros tipos de tratamento, como cicatrizes que não melhoram após 8 a 12 semanas com gel de silicone ou corticoide. Pode ajudar em casos de queloides pequenos ou grandes.