Entre o aumento da progesterona e o desconforto físico, seria de se pensar que as grávidas já têm o bastante com que lidar... Mas, como muitos maridos
Thaís Garcez | 7 de Julho de 2020 às 21:00
Entre o aumento da progesterona e o desconforto físico, seria de se pensar que as grávidas já têm o bastante com que lidar… Mas, como muitos maridos atestam, até mesmo a mais silenciosa das mulheres pode sofrer com roncos na gravidez.
Estudos mostram que cerca de 4% das mulheres roncam antes de engravidar. Porém, perto do fim da gravidez, 25% das mulheres roncam ocasionalmente e outros 25% roncam alto.
A tendência a roncar é aparentemente causada pelo aumento do estrogênio da própria mulher. O hormônio faz com que os capilares inchem por todo o corpo – o que dá à mulher grávida aquela aparência “rechonchuda”. Infelizmente, quando os capilares do nariz incham, podem bloquear parcialmente as vias nasais. Daí o ronco.
Todo ronco é um sofrimento, tanto para você quanto para o seu parceiro. Mas há uma diferença entre o ronco que simplesmente perturba o sono de seu parceiro e o ronco que sinaliza um problema mais sério para você e para o bebê, diz a Dra. Grace Pien, pesquisadora no Centro de Neurobiologia Respiratória e do Sono da Universidade da Pensilvânia.
“Quando seu marido diz ‘Querida, você começou a roncar’, isso não é preocupante”, explica ela. “Mas se ele disser ‘Você começou a roncar, e não tive certeza se você estava respirando ontem à noite’, então você deve conversar com seu médico – e considerar a ida a um laboratório do sono para uma investigação sobre o assunto.”
O problema é que talvez você esteja desenvolvendo apneia do sono, um distúrbio no qual se para de respirar por vários segundos até uma centena de vezes por noite.
Você pode nem perceber, pois o cérebro a acordará para a inspiração seguinte, mas seu sono não será tranquilo, e pela manhã você acordará com dor de cabeça e grogue.
“O ronco é algo que não entendemos por completo”, diz a Dra. Pien, que estudou alterações da respiração em mulheres grávidas. “Não sabemos se é prejudicial.”
Em mulheres não grávidas, a apneia do sono as coloca em risco de contrair doença cardíaca e reduz sua expectativa de vida.
Nas grávidas, a preocupação é que a respiração obstruída reduza a quantidade de oxigênio disponível para o feto, ou que desencadeie pressão alta ou pré-eclâmpsia na mãe.
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Em um pequeno estudo com 100 grávidas conduzido pela Dra. Pien, até agora não parece ser esse o caso.
“Descobrimos que mulheres que desenvolveram alterações brandas da respiração durante o sono não pareciam ter risco aumentado de pré-eclâmpsia e pressão alta”, diz a Dra. Pien. “Portanto, a apneia do sono durante a gravidez pode não ser prejudicial para a mãe nem para o bebê.”
Mas isso vale para o ronco e a apneia do sono leves, previne ela.
Portanto, as que se enquadram em cada um desses grupos devem ser avaliadas em um laboratório do sono.
Felizmente, a apneia do sono pode ser tratada! Confira aqui!