Quando a mulher precisa dosar a testosterona? Entenda quando reposição hormonal é necessária

A testosterona, geralmente associada aos homens, também desempenha um papel crucial na saúde feminina. Produzida em pequenas quantidades pelos ovários e pelas glândulas suprarrenais, ela influencia fatores como libido, energia, força muscular e até o bem-estar emocional.

Mesmo após a menopausa, a mulher ainda conta com outros hormônios de ação androgênica (similar à testosterona) capazes de atender às suas necessidades. A avaliação dos níveis de testosterona deve ser feita principalmente quando há suspeita de aumento desse hormônio.

A suspeita começa através de sintomas como crescimento excessivo de pelos, acne, queda de cabelo, entre outros. Não é recomendável realizar a dosagem de forma indiscriminada, como muitas vezes ocorre em resposta a queixas como cansaço e diminuição da libido.

Sintomas para acender o alerta

Um ponto importante para as mulheres é que sintomas como cansaço, falta de libido, desânimo e baixa disposição são comuns na rotina atual e podem estar associados a diversas condições. Fatores como sono inadequado, estresse, depressão, problemas em relacionamentos afetivos e desequilíbrios hormonais, como disfunções na tireoide e na prolactina, podem contribuir para esses sintomas.

Além disso, o uso de certos medicamentos também pode levar à diminuição da libido. É essencial procurar a orientação de um endocrinologista ou metabologista para uma avaliação detalhada antes de iniciar qualquer tratamento de reposição hormonal.

Como é possível ter o diagnóstico?

“Para diagnosticar a deficiência de testosterona em mulheres são necessários exames laboratoriais, porém os métodos mais comuns não têm precisão para determinar níveis baixos. Existem métodos mais precisos, como a espectrometria de massa, porém este método não é de acesso fácil e, mesmo sendo realizado, os valores de referência não são precisos, especialmente para a nossa população. Assim, não se pode dizer com precisão qual é o limite inferior de normalidade que a partir dele seria considerado baixo”, explica Dr. Felipe Henning Gaia Duarte, presidente da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia Regional São Paulo - SBEMSP.

Na menopausa, o hormônio principal a ser reposto é o estrogênio. Além disso, em mulheres que possuem útero, é necessário incluir na terapia a reposição da progesterona, outro hormônio produzido pelos ovários.

Baixa libido

“Naquelas mulheres com libido baixa com repercussão orgânica e social, após a avaliação de um especialista, o tratamento com testosterona pode ser tentado, apesar que na maioria dos casos o nível de hormônio não está necessariamente relacionado com esta queixa”, explica o especialista, complementando que num cenário específico de tratamento com testosterona, aí sim, a dosagem laboratorial deste hormônio é muito importante para checar se não está sendo administrada uma dose excessiva.