Vai tomar vacina da Pfizer e está preocupado com as reações, ou quer entender melhor como a vacina funciona? Leia nosso post para saber mais.
Letícia Taets | 17 de Agosto de 2021 às 15:00
Desde janeiro de 2021, quando a campanha de vacinação contra a Covid-19 começou no Brasil, quase 60% da população já tomaram pelo menos uma dose. Até agora, temos quatro vacinas autorizadas pela Anvisa sendo aplicadas por aqui: CoronaVac (produzida em parceria da fabricante chinesa SinoVac com o Instituto Butantan), Janssen, AstraZeneca e Pfizer.
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Em parceria com a empresa alemã BioNTech, a fabricante norte-americana Pfizer vem produzindo a vacina Comirnaty, popularmente conhecida por aqui como “a vacina da Pfizer”. Confira abaixo as principais dúvidas sobre este imunizante e vacine-se com tranquilidade.
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A vacina da Pfizer-BioNtech utiliza a biotecnologia do mRNA (RNA mensageiro). Essa biotecnologia foi selecionada por seu potencial de alta resposta, segurança e capacidade de rápida produção.
O RNA mensageiro é o nome dado a um conjunto de material genético (semelhante ao nosso DNA) responsável por informar (“mensageiro”) ao corpo como e quais proteínas devem ser produzidas pelo nosso organismo. Ou seja, todas as proteínas presentes no nosso corpo receberam, em algum momento de seu desenvolvimento, uma “mensagem” contendo um código para que o organismo traduzisse na produção de uma proteína específica.
A partir disso, os pesquisadores desenvolveram uma vacina contendo uma quantidade suficiente de “mensagens” para que o nosso corpo seja capaz de produzir a proteína “spike”, responsável por formar a coroa do coronavírus.
Além da vantagem de informar diretamente o organismo para a produção dessa proteína “spike”, a vacina também garante que não exista a menor possibilidade de causar a própria COVID-19, pois ela não contém o vírus, nem mesmo em sua forma atenuada; apresenta apenas o material genético específico (RNA mensageiro) para a produção da proteína que é injetado pela vacina.
Assim, ao estimular a produção da proteína “spike”, o sistema imunológico passará a produzir anticorpos que, ao reconhecer tal proteína, conseguem ativar uma resposta imune que resultará na destruição do coronavírus. Dessa forma, ao ser exposto ao vírus, após a imunização completa (duas doses e tempo adequado após a segunda dose), o corpo reconhecerá essa proteína e, então, saberá como combatê-lo de maneira eficaz.
A vacina faz com que o sistema imune (as defesas naturais do organismo) produza anticorpos e células de defesa
que atuam contra o vírus SARS-CoV-2, possibilitando a proteção contra a doença Covid-19.
De acordo com os estudos publicados pela Pfizer-BioNTech sobre a vacina, verificou-se que a eficácia geral é de 95% na prevenção contra a Covid-19, após a aplicação das duas doses. Além disso, um outro dado importante é o seu potencial em reduzir o número de internações hospitalares, visto que, assim como a Coronavac e a AstraZeneca/Oxford, também mostrou-se capaz de reduzir significativamente internações ao reduzir a probabilidade de evoluir para quadros moderados e graves da doença.
Ainda não há uma abundância de estudos referentes à eficácia das vacinas no que diz respeito às principais variantes da Covid-19: Alpha (encontrada primeiramente na Inglaterra), Beta (África do Sul), Gama (Brasil) e Delta (Índia), especialmente por se tratarem de variantes relativamente novas.
Um estudo publicado na The New England Journal of Medicine este mês procurou avaliar a eficácia de duas vacinas disponíveis – Pfizer e AztraZeneca – contra doença sintomática pela nova variante. Com a vacina da Pfizer, houve uma diferença considerada pequena na efetividade entre as variantes após as duas doses: 93,7% para a variante Alfa vs. 88% para a variante Delta.
Como todas as vacinas e medicamentos, a vacina da Pfizer pode causar efeitos colaterais, embora estes não se manifestem em todas as pessoas.
Abaixo estão listadas as principais reações:
Muito comuns (podem afetar mais de 1 em cada 10 pessoas):
Comuns (podem afetar até 1 em cada 10 pessoas):
Incomuns (podem afetar até 1 em cada 100 pessoas):
Reação rara (ocorre entre 0,01% e 0,1% dos pacientes):
Desconhecida (não pode ser estimada a partir dos dados disponíveis):
Se tiver quaisquer efeitos adversos, comunique ao seu profissional de saúde.
O intervalo recomendado pela fabricante é de 21 dias (3 semanas) entre a primeira e a segunda dose. No entanto, no Brasil, são 12 semanas de intervalo. A decisão de um intervalo maior para a aplicação da segunda dose da Pfizer no Brasil foi baseada em um estudo canadense que indicou que não há diferença na eficácia de 3 semanas para 3 meses, além do fato de que, no início da aplicação das vacinas no Brasil, ainda não havia tantas doses da Pfizer disponíveis por aqui.
A vacina da Pfizer não deve ser tomada por mulheres grávidas, ou que estejam amamentando, sem orientação médica. Caso você acredite que possa estar grávida ou esteja planejando ter um bebê, consulte seu profissional de saúde antes de receber esta vacina.
Quer saber mais? Veja a bula da vacina da Pfizer, disponível aqui para leitura e download.