A vacina da Janssen é uma das várias que estão sendo aplicadas no Brasil e no mundo. Entenda como ela foi produzida, reações adversas e mais!
Matheus Murucci | 18 de Agosto de 2021 às 18:00
Cidades de todo o Brasil continuam vacinando a população no combate ao novo coronavírus. Em alguns municípios, mais de 90% da população, com mais de 18 anos, já receberam pelo menos a primeira dose de algum dos imunizantes. Um deles é a vacina da Janssen, que é produzida pela empresa Johnson & Johnson, aplicada em dose única.
Cerca de 38 milhões de doses da vacina norte-americana já foram compradas, segundo o Ministério da Saúde. Parte desse montante já foi aplicada na população e o restante das dosagens chegará ao país até o mês de dezembro.
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A vacina da Janssen foi criada a partir de um adenovírus de resfriado comum que foi manipulado junto de um material genético do novo coronavírus. Isso faz com que, depois de aplicada a vacina, o organismo humano tenha a capacidade de combater, sozinho, o vírus. É o mesmo mecanismo científico usado no desenvolvimento da vacina da AstraZeneca.
O processo de imunização utilizando a vacina da Janssen é mais prático do que o das outras vacinas disponíveis, o que a transforma numa importante aliada nesta campanha de combate à pandemia. Isso acontece por dois motivos principais: a vacina deve ser aplicada em dose única e isso facilita a aplicação em massa. Por enquanto, os estudos apontam que não há necessidade de uma dose extra para reforço da imunização.
O segundo ponto é que ela pode ser armazenada em reservatórios simples, com temperaturas entre 2°C e 8°C. Dessa forma, não há necessidade de refrigeradores que trabalhem com temperaturas baixíssimas, o que ajuda no momento de distribuir e armazenar.
Assim como todas as demais vacinas sendo aplicadas no Brasil, a vacina da Janssen também teve seu uso autorizado pela Anvisa, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Essa autorização só ocorre depois de comprovada a eficiência das doses em relação ao combate ao vírus em organismos humanos.
Estudos clínicos já publicados apontam que esta vacina tem eficácia global de 66,9%, passados os 14 dias necessários para se aferir com certeza a imunização. Sendo assim, ela previne todos os tipos de casos, desde os mais simples até os mais graves.
Estudos recentes também apontam a eficácia da vacina da Janssen contra a variante Delta, que tem sido responsável por um aumento no número de casos e óbitos, no Brasil e no mundo.
Cientistas aferiram que a vacina apresenta resultados similares ao que se espera dela em relação ao vírus original. A variante brasileira Gama também já foi testada e os resultados também são positivos.
A Janssen informou que a produção de anticorpos em ensaios neutralizantes, num período posterior a oito meses, é superior aos dados encontrados no primeiro mês. Isso indica a eficácia da vacina com o passar do tempo.
Os efeitos colaterais mais comuns são dor, vermelhidão e inchaço na região onde a vacina foi aplicada. Dor de cabeça, náusea, calafrios e febre são reações mais difíceis de ocorrer, mas caso ocorram, duram pouco tempo e não precisam de encaminhamento médico sério.
Recentemente, a síndrome de Guillain-Barré foi adicionada à bula da vacina da Janssen como sendo um efeito colateral possível, mas esses casos são muito raros e só ocorrem quando há um quadro infeccioso.
Como já citado, esta é uma vacina que deve ser tomada em apenas uma dose. Até o momento, não existe necessidade de uma segunda dose.
O governo brasileiro tomou a decisão de não autorizar doses da vacina da Janssen em gestantes. Isso se deu pelo modelo de fabricação da vacina, que usa o próprio vírus na criação de anticorpos, e isso pode trazer algum tipo de risco para as grávidas e puérperas. Em julho passado, a Anvisa propôs que a medida fosse tomada tendo em vista os casos ocorridos de trombocitopenia.