A AstraZeneca é uma das vacinas aplicadas no Brasil. Se você já se vacinou ou ainda vai se vacinar, tire suas dúvidas com nosso artigo.
Letícia Taets | 12 de Agosto de 2021 às 13:27
A vacinação no Brasil continua avançando. Até o momento, de acordo com o Ministério da Saúde, mais de 54% da população foi vacinada com pelo menos uma dose. Atualmente, temos quatro vacinas autorizadas pela Anvisa sendo aplicadas por aqui: CoronaVac (produzida em parceria da fabricante chinesa SinoVac com o Instituto Butantan), Pfizer, Janssen e Astrazeneca.
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Em um acordo com a fabricante britânica AstraZeneca, no Brasil, quem produz a vacina é a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Confira abaixo as respostas para algumas das principais dúvidas relacionadas à aplicação da AstraZeneca no nosso país.
A AstraZeneca utiliza uma tecnologia biomolecular, baseada no chamado “vetor viral”, que consiste na utilização de um vírus modificado para estimular o sistema imunológico na produção de anticorpos contra o coronavírus.
Na fabricação da vacina, uma espécie de vírus enfraquecido (o adenovírus ChAdOx1), conhecido por causar gripe comum em chimpanzés, após ser modificado para não se multiplicar, carrega parte do material genético da SARS-CoV-2, responsável pela produção de uma proteína (“spike”) que auxilia o vírus da COVID-19 a invadir as células humanas.
Assim, após a vacinação, o adenovírus começa a produzir a proteína spike, ensinando o sistema imunológico humano que toda partícula com esta proteína deve ser destruída. Assim, após a imunização adequada (2 doses do mesmo fabricante e com intervalo de 12 semanas entre as aplicações), o sistema imune do nosso organismo torna-se capaz de reconhecer e atacar rapidamente o coronavírus, caso seja infectado.
A eficácia geral da AstraZeneca é de cerca de 70% (entre 62% e 90%), após a aplicação das duas doses. A vacina apresentou resultado satisfatório (acima dos 50% exigidos pela ANVISA), além de auxiliar bastante na redução do número de internações em consequência da Covid-19 no Brasil.
Ainda não há muitos estudos referentes à eficácia da AstraZeneca no que diz respeito às principais variantes da Covid-19: Alpha (encontrada primeiramente na Inglaterra), Beta (África do Sul), Gama (Brasil) e Delta (Índia), especialmente por se tratarem de variantes relativamente novas.
No entanto, de acordo com estudo publicado pela Public Health England (PHE), a AstraZeneca apresenta 92% de proteção média contra hospitalização em casos de pessoas infectadas com a variante Delta, após a aplicação das duas doses, e 71% para apenas uma dose.
A taxa de proteção contra hospitalização também foi bastante elevada para os contaminados com a variante Alpha, sendo 78% (uma dose) e 92% (duas doses). Para a variante Gama, de acordo com nota técnica publicada pela Fiocruz, a taxa de proteção é de 55,1% (com uma dose) e 87,6% (com duas doses).
Como todos os medicamentos, a AstraZeneca pode causar efeitos colaterais, mesmo que nem todas as pessoas manifestem sintomas.
Os efeitos colaterais que ocorreram durante os estudos clínicos com a AstraZeneca foram:
Muito comuns (podem afetar mais de 1 em cada 10 pessoas):
Comuns (podem afetar até 1 em cada 10 pessoas):
Incomuns (podem afetar até 1 em cada 100 pessoas):
O intervalo recomendado pela Fiocruz é de 12 semanas. O intervalo adotado pelo Programa de Imunização Nacional (PNI) em todo o Brasil considera que há a produção de uma resposta imunológica ainda melhor quando aplicado este intervalo, mesmo já havendo uma boa proteção gerada apenas com a primeira dose.
Mulheres grávidas não devem tomar a AstraZeneca sem orientação médica. Há dados limitados sobre o uso desta vacina em mulheres grávidas ou que estejam amamentando. Informe ao seu profissional de saúde se você estiver grávida, amamentando ou planejando ter um bebê para que vocês cheguem a uma solução viável.
Quer saber mais? Leia a bula da AstraZeneca disponibilizada para leitura e download pela Fiocruz.