Após sintomas de bronquite, o Papa foi diagnosticado com uma infecção que pode comprometer ainda mais sua saúde e imunidade.
Luana Viard | 17 de Fevereiro de 2025 às 17:30
O Papa Francisco, de 88 anos, foi diagnosticado com uma infecção polimicrobiana após uma nova bateria de exames, segundo um boletim médico atualizado divulgado pelo Vaticano nesta segunda-feira, 17. O estado de saúde do pontífice foi descrito como um "quadro clínico complexo".
"Os resultados dos exames realizados nos últimos dias e hoje mostram uma infecção polimicrobiana das vias respiratórias, o que determinou uma nova alteração no tratamento. Todos os exames realizados até o momento indicam um quadro clínico complexo, que exigirá uma internação hospitalar adequada", infomou o boletim divulgado pela Vatican News.
O Papa, de 88 anos, foi internado no hospital Gemelli, em Roma, na sexta-feira (14/2), para realizar exames e tratar uma bronquite. Segundo a Santa Sé, o tratamento do pontífice foi ajustado após o diagnóstico, e ainda não há previsão de alta. Ele seguirá internado pelo tempo que for necessário.
Antes de ser internado na semana passada, o Papa apresentou sintomas de bronquite por vários dias e chegou a ter dificuldades para ler um discurso em um de seus compromissos. O porta-voz do Vaticano, Matteo Bruni, informou aos repórteres que o pontífice está de bom humor. Bruni acrescentou que uma nova atualização sobre o estado de saúde do Papa será divulgada ainda nesta segunda-feira.
O diagnóstico revela que a infecção é provocada por múltiplos agentes microbianos, como vírus, fungos ou bactérias. "A infecção polimicrobiana pode ocorrer em diversas partes do corpo, incluindo as vias aéreas. Trata-se de uma co-infecção, ou seja, a presença de múltiplos micro-organismos causadores de infecção", explica Renato Kfouri, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) ao site BBC.
No caso do pontífice, não foram divulgados quais agentes estão envolvidos na infecção. Embora o diagnóstico prévio de bronquite não detalhe a causa exata da condição, ele pode comprometer ainda mais a imunidade, segundo Ricardo de Amorim Corrêa, presidente da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT).
De acordo com Corrêa, os idosos são significativamente mais vulneráveis a esse tipo de condição devido à redução natural da resposta imunológica, tanto no organismo como um todo quanto nos brônquios. Além disso, o quadro do Papa Francisco se torna ainda mais delicado pelo fato de ele ter perdido parte do pulmão após uma complicação na juventude.
O pneumologista Elie Fiss, do Alta Diagnósticos, explica ao site metrópoles que o tratamento depende diretamente do agente responsável pela infecção. “Pode ser necessário o uso de antibióticos, antivirais ou antifúngicos, dependendo do que causou a infecção. Em alguns casos, o uso de corticoides também pode ser considerado”, afirma.
Além disso, medidas de suporte, como hidratação adequada, controle da febre e fisioterapia respiratória, são essenciais para aliviar os sintomas e auxiliar na eliminação do muco.
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