Pele de robô? Homem fica com pele e unhas cinza por causa de metal no sangue

O caso do paciente virou alvo de estudo e se trata de uma condição rara chamada argiria

Luana Viard | 21 de Janeiro de 2025 às 10:40

Aos 84 anos, o paciente sofria com complicações urinárias e sua pele ganhou uma tonalidade cinza, causando dúvidas e susto nos médicos. - Reprodução / The New England Journal of Medicine

Ao ser internado em um hospital em Hong Kong devido a problemas urinários, um homem de 84 anos chocou os médicos com uma característica incomum: sua pele apresentava uma tonalidade acinzentada, resultado de uma condição rara conhecida como argiria.

A pesquisa publicada na revista The New England Journal of Medicine aponta que os testes sanguíneos mostraram níveis de prata mais de 40 vezes superiores aos encontrados na maioria das pessoas. Esses minúsculos grãos oxidados também foram detectados nas membranas das glândulas sudoríparas, nos vasos sanguíneos e nas fibras da derme.

Esse acúmulo generalizado de prata nos tecidos corporais é incomum, mas não é algo inédito. Essa condição é chamada de argiria. Em situações mais graves, as pessoas podem desenvolver grandes manchas de pele com a coloração acinzentada.

Qual a origem do excesso de prata no organismo do idoso?

Esse é o principal enigma da pesquisa! O homem, que era garçom, estava em tratamento para um tumor benigno na próstata e sua única medicação era um antiandrogênio comum, a finasterida, que não possui nenhuma relação com prata.

Como nenhuma outra pessoa na região onde o idoso vive apresentou a pele com essa coloração acinzentada, ninguém consegue explicar a origem da grande quantidade de prata no corpo dele nem os motivos pelos quais o paciente (cuja identidade foi mantida em sigilo) está com o organismo dessa maneira.

Embora a alteração estética seja visível, a argiria não representa grandes riscos à saúde, a menos que as concentrações de prata sejam extremamente elevadas, o que pode prejudicar a absorção de certos medicamentos, como antibióticos e tiroxina.

Atualmente, não há tratamentos eficazes para remover o metal, e é provável que o paciente mantenha a pele acinzentada. Os médicos irão continuar acompanhando o caso ao longo dos próximos anos.

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