Existem muitas causas para o aparecimento de cálculos renais e a dor pode ser insuportável. Descubra como prevenir as pedras nos rins.
Iana Faini | 14 de Agosto de 2019 às 16:00
Um em cada dez adultos vai, em algum momento da vida, sentir a dor excruciante causada pela eliminação de um cálculo renal. Mais conhecidos como “pedras nos rins”, os cálculos resultam de depósitos microscópicos na urina que se solidificam com o tempo; como o sal deixado no fundo de um copo com água salgada depois que o líquido evapora.
Existem vários tipos de cálculos renais. Se você expeliu um, seu médico pode verificar sua composição e medir a concentração de substâncias químicas presentes na sua urina e no seu sangue para decidir a melhor maneira de prevenir outros cálculos no futuro.
Predisposição genética, infecções urinárias, doença renal, desidratação crônica e certos distúrbios metabólicos que afetam a composição da urina. Alguns medicamentos, como diuréticos e os antiácidos à base de cálcio, também podem contribuir para o aparecimento de cálculos renais.
Inicialmente, não há sintoma. Na verdade, a maioria dos cálculos renais é excretada sem nenhum sintoma. Cálculos maiores, no entanto, podem causar dor intensa e súbita nas costas, do lado e na parte inferior do abdome, bem como náuseas e vômitos. Você pode apresentar também sangue na urina; sentir que precisa urinar com mais frequência do que o de costume; e/ou experimentar queimação ao urinar.
Confira abaixo 7 formas simples de prevenir o aparecimento das dolorosas pedras nos rins:
Um estudo descobriu que homens que produziam 2,5 L ou mais de urina por dia (a média é de 1,4 L) tinham 29% menos probabilidade de desenvolver pedras sintomáticas do que os que excretavam 1,2 L ou menos.
Nas mulheres, urinar 2,6 L ou mais reduz o risco em 49%, comparado a urinar menos de 1,4 L por dia. Para isso, beba pelo menos 2 litros de água por dia.
Antigamente, os médicos costumavam advertir os pacientes sob risco de desenvolver cálculos renais ao limitar a ingestão de cálcio. Afinal, a maioria das pedras é composta primariamente desse mineral. Porém, pessoas cuja alimentação é pobre em cálcio podem correr risco mais elevado de ter pedras nos rins. (Alguns pacientes com hipercalciúria absortiva ainda são instruídos a reduzir o consumo de cálcio.)
Pesquisadores acreditam que o cálcio ajude a evitar a formação de pedras ao se ligar ao ácido oxálico (sal encontrado em certos alimentos e que contribui para a formação das pedras), evitando, assim, que ele chegue à urina. As melhores fontes de cálcio são leite desnatado, iogurte e queijo. A soja verde (edamame) também tem alto teor de cálcio.
Observe que estamos falando do cálcio oriundo da alimentação: não há evidências de que suplementos de cálcio reduzam o risco. Na verdade, em mulheres, os suplementos podem aumentar o risco de cálculos renais em cerca de 20%.
Outra ótima fonte de cálcio são os cereais integrais, que contêm até 1.000 mg do mineral em uma única porção.
A maioria das pessoas precisa de 1.200 mg de cálcio por dia para proteger os ossos, embora não haja uma dose específica recomendada para reduzir o risco de formação de pedras nos rins.
Essa recomendação vale para aqueles que já tiveram pedras nos rins. Pesquisadores descobriram que certos alimentos ricos em oxalato (como espinafre, beterraba, nabo, chocolate, farelo de trigo, amendoim) aumentam o risco de formação de pedras. Se você não consegue evitar esses alimentos, aumente a ingestão de cálcio ao comê-los.
Especialistas há muito prescrevem a ingestão de limonada (levemente adocicada) como uma maneira de evitar a formação de pedras. Estudos recentes, porém, sugerem que o suco da laranja pode ser ainda melhor. Ambos são ótimas fontes de citrato de potássio, indicado com frequência na prevenção de cálculos renais.
Mas evite o suco de toranja (grapefruit): beber apenas 227 mL por dia pode aumentar o risco de formação de pedras renais, segundo pesquisas. O suco de maçã também pode elevar o risco em 35%.
Pesquisadores descobriram que homens que pesavam mais de 100 quilos tinham 44% mais propensão a desenvolver pedras nos rins do que os que pesavam menos de 68 quilos. Para as mulheres, o perigo de estar acima do peso é maior: as que pesavam mais de 100 quilos tinham 89% a 92% de probabilidade de ter pedras nos rins, em comparação com as que pesavam menos de 68 quilos.
Muitos alimentos industrializados e bebidas glicose de milho. Dessa forma, abolir o hábito de beber refrigerante e comer menos salgadinhos industrializados é um bom começo. Cortá-los da alimentação reduz bastante o risco de formação de pedras nos rins. Pesquisadores suspeitam que a relação tenha a ver com a tendência de a frutose aumentar a concentração de cálcio na urina.